.PADRE INÁCIO ROLIM POR DR JOAO QUIRINO DE MOURA MUSICISTA ADVOGADO E PROF DA UNIVERSIDADE FEDERAL E COLABORADOR DOS PROJETOS DO SECRETARIO DO POVO CHICO DO RADIO ATRAVEZ DE SUAS PUBLICAÇOES
1. Se não fugir a essência
Das flores do meu jardim
Vou transformar em POEMA
Pétalas de Lírio e jasmim,
Bogari e Margarida
Num ENSAIO SOBRE A VIDA
DO PADRE INÁCIO ROLIM.
2. Quero um jardim que imite
Gramática, dicionário,
Aonde os canteiros sejam
Prólogo, Epílogo, Sumario
E o pólen, tinta fresca,
Tinta de forma, arasbesca,
Desse texto imaginário.
3. Quero papel de folhinhas
Verdes e amareladas
Sobre as quais dances gotículas
Do orvalho nas madrugadas
Batendo em botões e primas
Musicando verso e rimas
De estrofes sibiladas.
4. Eu quero uma brincadeira
De letra grafada e planta
Comparando uma e outra
Pois a semelhança é tanta
Visto que PADRE ROLIM
“Misturou” terra e latim
Em uma alquimia santa
5. Dos cravos farei parênteses
Hífen, interrogação,
De gerânio farei til,
De hibisco, exclamação,
Dos botões, aspa em parelhas,
Das Honze-horas vermelhas,
Reticência, travessão.
6. Das begônias, farei virgulas,
Das Papoulas, ponto e data,
Das rosas, crase e agudo,
D’algum ramo seco, errata,
Podando o galho que sobra
Já que o PADRE em sua obra
Letras e flora retrata.
7. A rega das plantas fica
Por conta de Querubim
Que ao som de lira e cravo
Canta em grego e em latim
Qual um trinado silvestre
Chamado a falar do MESTRE
Botânico PADRE ROLIM.
8. PADRE ROLIM foi à vida
Obreiro igual São José
Mas sua plaina era um lápis
O serrote, a cruz da fé,
As tábuas, verbos latinos,
As ripas, dobres de sinos,
Os pregos, círios da Sé.
9. O PADRE INACIO DE SOUSA
ROLIM foi excelência
Um membro da Santa Sé,
Prodígio da sapiência,
Foi catapulta e foi mola
Tanto com Mestre-Escola
Quando servindo a ciência.
10. Esse homem foi um laivo
De luz nos sertões ardentes;
Deu letras á quem não tinha
E conselhos pertinentes
Aos camponeses para
Fazendo como ensinara
Melhorar a safra e sementes.
11. Fez do estudo das plantas
Seu segundo catecismo
Por que sabia que o homem
Vivendo do extrativismo
Ou sem diversificar
As opções no plantar
Cavava seu próprio abismo.
12. SACERDOTE, antes de tudo,
Mesmo assim se dividia
Entre educar as crianças,
Língua, mineralogia
E historia natural
Pois a botânica em geral
Desde cedo o atraia.
13. Certa vez escreveu para
O presidente e amigo
Da província cearense
Missiva, em forma de artigo,
Onde mostrava, sensato,
Que os baixios do Crato
Eram bons para planta trigo.
14. Mostrou que a terra era própria
Ao plantio de OLIVEIRAS,
TÂMARA, CACAU e SAGU,
ÁRVORE-DE-LEITE e FIGUEIRAS;
Por serem bem argilosas
Dariam plantas viçosas
De FRUTA-PÃO e VIDEIRAS.
15. A composição do solo
Depois de estudo sereno
Pareceu-lhe próprio ao
TRIGO-NEGRO ou SARRACENO
O vinhedo bom seria,
Tipo, “VITIS LABRUSIA”
Dada a forma do terreno.
16. Repetiu, inconsciente,
A carta de Pedro Vaz
Que mando dizer ao rei
Isso aqui é bom demais,
Plantando dá Pêra e Manga,
Groselha, Pilha e Pitanga,
Gergelim e Sassafrás...
17. Misto de PADRE e BOTÂNICO
Bastante entusiasmado
Depôs no expediente
Ao governo endereçado:
“Pelo o que vejo e estudo
este solo produz tudo
que aqui se tem plantado”.
18. PADRE INÁCIO ROLIM veio
Ao mundo mostrar o rosto
No ano de 1.800
A 22 de Agosto
Faltando um ano pra cem
Partiu em busca do além
Tendo o sol da vida posto.
19. Por quase UM SÉCULO DE VIDA
Foi devotado pastor
Conduzindo os desgarrados
De volta ao seu Criador,
Afora essa “penitência”
Foi ao correr da existência
Sobretudo, EDUCADOR.
20. No tempo em que as pessoas
Habitantes do sertão
Só falavam de lavoura
De caça ou de criação
Ou mesmo de cangaceirismo
INÁCIO, estoicismo,
Fala da EDUCAÇÃO.
21. Como a memória do povo
Como pouco tempo se esvai
Por mim esse GRANDE HOMEM
No esquecimento não cai,
Ressalto sua importância,
Falando de sua infância,
De sua mãe, de seu pai.
22. No ano mil, setecentos
E noventa e cinco eu
Recordo que ao dez do mês
De fevereiro ocorreu
O enlace de seus pais
E a seguir, digo mais
Aonde e como se deu.
23. Ao unir-se ANA FRANCISCA
DE ALBURQUERQUE e VITAL
DE SOUSA ROLIM, nasceram
Dez filhos desse casal,
PADRE INÁCIO foi um deles
Formando junto com eles
Uma prole colossal.
24. Joaquim, Manoel, Maria,
Antonia, Alexandre, Rita,
Custódia, prendada e bela,
Joana, bela, expedita,
Junto ao mano José
Formaram o que hoje é
CAJAZEIRA tão bonita.
25. Dez filhos por sua vez
Já davam pra começar
Um vilarejo pequeno
E mesmo aquele lugar
Nascera no ponto exato
Dos que iam para o Crato
Pararem para descansar.
26. Filhos, os cônjuges, netos,
Bisnetos, afins e tal,
Os parentes dos parentes
Foram enchendo a arraial,
Visitantes andarilhos
Vinham e passavam a ser filhos
De MÃE ANINHA e VITAL.
27. A mãe do futuro padre
Era muito boazinha,
Aos mais necessitados
Ana ofertava o que tinha,
Velha criança e doente
Tinham abrigo permanente
Nos braços de MÃE ANINHA.
28. Primeiro vital de Sousa
Recebeu um belo dote
De Luis Gomes, seu sogro,
Para usufruto, um lote
De tamanho regular
Encravado no lugar
Denominado SERROTE.
29. Os jovens naquele tempo
Namoravam pra casar,
Casavam para ter filhos,
Tinham filhos para amar,
Amavam os filhos que vinham
Tudo isso quando tinham
Uma casa pra morar.
30. Obedecendo a um impulso
Na manhã de certo dia
Vital Rolim resolveu
Fazer uma moradia
Abriu a foice um caminho
Até encontra o ninho
Que os seus acolheria.
31. O local era coberto
Por frondosas gameleiras,
Marmeleiros e paus-d`arco,
Angicos e aroeiras,
Cajazeiras, tinha tantas
Que o nome dessa plantas
Deu seu nome CAJAZEIRAS.
32. Foi surgindo no entorno
Da primeira construção
Uma casinha e mais outra,
Uma rua, um quarteirão;
Vital Rolim, sem querer
Terminou por conceber
A nova povoação.
33. A sombra das cajazeiras
Para uns era atrativo,
Uns ficavam por amor
Outros sem qualquer motivo
Lam escrevendo o prefácio...
Mas vamos falar de INÁCIO
Que é o nosso objetivo.
34. Dos dez filhos do casal
INÁCIO era o menos ledo
Tinha um a ar compenetrado
E demonstrou logo cedo
Que a sua diversão
Era ter um livro a mão
E um rosário no dedo.
35. Vital Rolim convidou
Ana e Antônio Pereira
(Um casal de professores)
Para ensinar a primeira
Lição aos filhos, assim
Foi que o PADRE ROLIM
Iniciou a carreira.
36. INÁCIO se destacava
Por ser o mais dedicado,
Na tabuada era craque
No manuscrito, um “danado”
Fora á lição do presente
Uma ou duas na frente
Ele já tinha estudado.
37. Sobre esses pormenores
De escola, outro relato,
Afirma que o Mestre Antonio
A vir cumprir o contrato
INÁCIO já não estava
Por que então se encontrava
Estudando lá no Crato.
38. Essas minúcias históricas
Não valem a pena envolver
Sobre INÁCIO o que precisa
A juventude saber
É que ele nos ficou
Como o Mestre que ensinou
Nossa Paraíba a ler.
39. Numa estrofe atrás já vimos
Que cajazeira nascia,
O carro do crescimento
De ladeira abaixo ia
Mas sem livros, logo atola,
Por isso abriu-se u’a escola
Numa velha serraria.
40. INÁCIO viu logo cedo
A grande necessidade
De que os seus conterrâneos
Tivessem escolaridade:
O prédio da serraria
A partir dali seria
A escola da mocidade.
41. Logo se chamou COLÉGIO
Nome muito merecido,
Varias gerações lembram
Por nele tem aprendido,
COLÉGIO PADRE ROLIM
Ainda hoje é assim
Que o prédio é conhecido.
42. INÁCIO ROLIM nasceu
Pra ser padre e professor,
Bem poderia ter sido
Fazendeiro, agricultor,
Mas não, só quis aprender
E sua sede de ler
O tornou febril leitor.
43. Manifestou desde cedo
Vocação acentuada
Para aprender língua antiga
Que era logo assimilada,
O GREGO, notadamente,
No qual tornou-se fluente
Professor de nomeada.
44. Dominava o PORTUGUÊS
Para consumo e didática,
LATIM, falava corrente,
FRANCÊS, de maneira enfática,
GREGO? Sabia u’a soma
Tanto que desse idioma
Escreveu uma GRAMÁTICA.
45. Foi intelectual
Recatado e timorato
Tanto que classificou
Sua GRAMÁTICA de EXTRATO,
Avisando a quem o lia
Ser FREI CUSTÓDIO FARIA
Autor de mais fino trato.
46. Dizia isso porque
Foi na gramática do frei
Que baseou o seu livro,
Depois que me interei
Do seu amor a verdade,
Lisura e honestidade
Bem mais o admirei.
47. Essa língua complicada
Pra ele não tinha arcano
Tanto isso é verdadeiro
Quando por mais de ano
Com sapiência invulgar
Foi professor titular
No LICEU PERNANBUCANO.
48. Poderia muito bem
Ter ficado em Pernambuco,
A Veneza brasileira,
Terra de Joaquim Nabuco
Mas ouvindo o coração
Veio viver no sertão
Até morrer de caduco
49. Poderia se dizer
Que não agiu com bom senso
Por que como sacerdote
E com saber tão extenso
Ficando na capital
Sua ascensão clerical
Teria um futuro imenso
50. Mais o homem tinha a alma
Onde estava seu umbigo,
Queria ensinar seu povo
Buscar a deus, plantar trigo;
A terra que o viu nascer
Teria de acolher
Os seus restos num jazigo.
51. Por isso o Nordeste tem
Um débito milionário
Com esse servo das letras
Que mesmo visionário
Fez obra tão positiva
Mantendo a memória viva
Dele e seu educandário.
52. Do seminário de Olinda
Onde teve a fonte ungida
Com a sagração da cúria
A escola construída
Nos sertões do seu estado
Há muito pra ser falado
Da sua história de vida.
53. Por espírito de renúncia
Quando um dia convidado
Para ser secretário
De educação do estado
Declinou do alto posto
Para não causar desgosto
Ao seu modesto alunado.
54. Poderia ter ficado
Lecionado em Olinda
Que tinha lhe oferecer
Cultura e paisagem linda,
Como o padre e o professor
Tinha assas de condor
Para voar mais alto ainda.
55. Não quis por que não queria
Afasta-se do seu meio
Até que a seca malvada
De 77 veio
Como apetite medonho
Bebeu água, comeu sonho
Desenhado um quadro feio.
56. Os alunos foram embora,
A sede matou o galo,
Só restou folha e garrancho
Pelo campo esturricado,
Por culpa da natureza
O padre viu com tristeza
O seu colégio fechado.
57. O comercio sem freguês
Perdeu o vigor de antes,
Pelas estradas poeirentas
As levas de retirantes
Como zumbís caminhavam
E nas pegadas deixavam
As esperanças restantes.
58. O PADRE INÁCIO lutou
Com toda foca, mas viu,
Que o sonho de tantos anos
Aos pés da seca ruiu;
Quase o padre sucumbia
Quando o amanheceu um dia
Que o colégio não abriu
59. Enquanto o sol insistia
Em manter a luz acesa
Queimando o verde que ainda
Restava na redondeza
O septuagenário
Ruminava o corolário
De sua imensa tristeza
60. Do colégio a seca braba
Cerrou aporta do frete,
Poá alguns anos ficou
Sem acolher um discente
Passada a fase nociva
Houve uma tentativa
De abrir-lo novamente.
61. Mas infelizmente não
Teve sucesso esperado
Então o PADRE ROLIM
Agora, velho, alquebrado
Recolheu-se constrangido
Embora reconhecido
Pelo serviço prestado.
62. É que fora agraciado
Com distinção e louvor;
Deu-se-lhe A ORDEM DE CRISTO
No grau de comendador
E pela vida operosa
Fez jus a ORDEM DA ROSA
Por graça do imperador.
63. A COLEÇÃO PARAÍBA,
SIM SENHOR! Vai prosseguir
Falando daqueles que
Ajudaram construir
A PARAÍBA PEQUENA
Mas que, ALTIVA E SERENA
Faz o futuro sorrir.
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Um comentário:
ATENÇAO ESTES VERSOS EM HOMENAGEM A PADRE ROLIM VAI SER PUBLICADO NA REVISTA CAJAZEIRAS EDIÇAO DE AGOSTO 2011 E AINDA VAI SER PUBLICADO UM FOLHETIM ESTILO CORDEL E ENTREGUE A DR JOAO DE DEUS QUIRINO PARA ELE ENTREGAR A SEUS AMIGOS MUITO BOM O TRABALHO DELE PORQUE OS VERSOS FOI FEITO TODO EM ESTILO LITERARIO CLASSICO
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