Migração AM para FM
Governo vai reabrir prazo para emissoras de rádio AM pedirem migração para FM. O governo federal vai reabrir o prazo para que os proprietários de rádios que ainda operam na faixa AM solicitem a migração para a FM.10 de jan de 2018
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Migração de rádio AM para FM: a quem isso interessa?
Por Colaborador Externo | 25 de Março de 2015 às 08h05
Por Dane Avanzi*
Muito mais que um simples meio de comunicação, a radiodifusão foi e é um dos principais veículos de comunicação difusor de cultura e conhecimento de norte a sul do Brasil. A radiodifusão, para muitos brasileiros, é a única ou principal fonte de informação, principalmente para aqueles que moram em regiões distantes dos grandes centros. Há algum tempo ouvi o ex-ministro e cantor Gilberto Gil, oriundo de um desses rincões brasileiros dizer: "Através do rádio, ouvia vozes, sons e como era o mundo além de Ituaçu”, pequena localidade no interior da Bahia, cidade onde passou parte de sua infância.
Devido ao modo de emissão da AM (Amplitude Média), é possível ouvir a programação de rádios à distância, centenas de quilômetros dependendo da propagação, pois as ondas refletem na ionosfera e voltam à terra. Tal fato não mais ocorrerá com o modo de emissão FM (Frequência Modulada). Nesse modo de emissão o sinal é distribuído acompanhando o relevo em uma determinada localidade, em média 50 quilômetros, salvo quando o sinal é distribuído por satélite.
O processo de migração das rádios AM para a faixa FM deu, recentemente, um novo e importante passo através da divulgação da consulta pública de Santa Catarina, publicada agora em março. Essa consulta possibilita conhecer o processo de canalização em território catarinense, assim como aconteceu no Paraná nos últimos meses. Agora a migração passa a atingir cerca de 45,17% das emissoras optantes pela mudança para a faixa FM e mercados passam a poder abrigar as AMs no FM tradicional (88.1 FM a 107.9 FM) ou no estendido (76 a 87 FM).
Os números se referem ao processo em todo o país. Já foram atendidas 626 estações e 760 aguardam o avanço do processo. As próximas etapas deverão caminhar rumo ao Rio Grande do Sul e depois para os três estados mais populosos do país.
A portaria que define as regras para a migração das emissoras AM para a faixa FM e a forma como os processos acontecem foi assinada em março do ano passado pelo Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
Segundo o Governo Federal, a migração das rádios de uma faixa para outra é uma antiga reivindicação das rádios comerciais, que dentre outros benefícios terão maior clareza de áudio e poderão explorar seu negócio com maior eficiência. O fato é que muitas emissoras já estão investindo, e as que ainda quiser realizar a migração terão de se preparar financeiramente para investir na reestruturação do negócio. Nesse cenário de Crise, baixo crescimento e alta do dólar, será que essas emissoras terão fôlego para aquisição de novos transmissores e equipamentos? O mais estranho nessa medida é o fato que em todo o mundo existe radiodifusão AM e essa alteração não trará nenhum benefício no uso do espectro radioelétrico ora ocupado.
Paralela a essa discussão, com o fito de otimizar o espectro radioelétrico, EUA e Canadá por exemplo, há décadas vem estudando como implementar a tecnologia SDR - Software Defined Radio, comumente denominada White Spaces. Esta tecnologia revolucionária permite que estações radiodifusoras transmitam suas programações sem ter uma frequência fixa, utilizando para tanto softwares capazes de migrar de frequência automaticamente em caso de degradação de sinal em milésimos de segundo sucessivamente. Aqui no Brasil, também há estudos sobre White Spaces, mas pouca mobilização dos principais players nos circuitos decisórios para implementá-la.
Lindeira a essa discussão, a convergência digital que a cada dia mais ganha força e adeptos, talvez seja a grande tendência para o futuro da radiodifusão (TV e Rádio) bem como do meio pelo qual efetivamente se propagará seus respectivos conteúdos. Com o avanço da banda larga no Brasil e no mundo e a mudança comportamental, principalmente dos jovens, acostumados a carregar seu "mundo" no celular, penso que a discussão da migração de rádios AM para FM, em grande parte é inócua e assíncrona com as novas tendências da tecnologia da informação.
*Dane Avanzi é empresário, advogado e vice-presidente da Aerbras - Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil.
Entenda a migração do rádio AM para o FM
O Brasil passa atualmente por um grande processo de migração das rádios, do AM para FM. Buscando responder algumas perguntas e explicar melhor o processo, a SET conversou com seu Diretor de Rádio, Eduardo Cappia (SET/AESP/EMC), e o Vice-Diretor, Marco Tulio Nascimento, que vêm ministrando painéis a respeito do tema nos encontros regionais e no SET EXPO.
Em poucos tópicos, a SET explica a seguir o que é a migração das rádios do AM para o FM, em que estágio o Brasil se encontra no assunto e experiências que vêm acontecendo em outros países.
A Migração:
A migração do AM para o FM no Brasil surgiu em 2009, com a necessidade dos radiodifusores preservarem as emissoras que estão ou estavam em AM, e que sentiram a necessidade de aprimorar seus serviços pleiteando a faixa FM. Em linhas gerais, a Faixa FM (Frequência Modulada) possui melhor qualidade de som e tem menos chiado e interferências.
Historicamente, as rádios em AM (Modulação em Amplitude) têm longo alcance (dependendo da faixa e horário de transmissão) e frequentemente sofrem mais interferências eletromagnéticas, com comportamentos distintos entre dia e noite e com alta degradação imposta pelo ruído elétrico urbano. Já o FM tem comportamento de cobertura mais uniforme entre dia e noite, sendo sensivelmente menos afetado por interferências radioelétricas.
Dados oficiais dos Ministérios das Comunicações, dão conta de que existem em torno 1,7 mil rádios em AM no Brasil, das quais mais de 70% (1.381) optaram por fazer seus processos de migração. “Esta migração não é obrigatória, segundo regulamenta o decreto nº 8.139, de 7 de novembro de 2013, mas a maioria das emissoras acredita na migração como uma maneira de preservarem seus conteúdos”, explica Cappia.
Estágio atual no Brasil
No dia 10 de maio de 2016, o Brasil fez a primeira grande audiência pública para conceder outorgas de faixa FM para as emissoras que optaram pela migração. Nesta primeira ação, 55 emissoras assinaram seus contratos de adaptação de outorga e iniciaram suas implantações de sistema transmissor.
“Depois desse período, algumas emissoras fizeram seus contratos individualmente com o Ministério. Mas foi só em 7 de novembro de 2016, quando houve outra grande solenidade pública, que mais de 200 emissoras assinaram seus contratos, resultando em mais de 300 emissoras migrantes ou em fase de assinatura de contrato após pagarem os boletos pela Adaptação de Outorga”, explica o diretor da SET.
As rádios que optaram por continuar na faixa do AM têm de se adequar a algumas normas, tais como terem de migrar das potências menores para um mínimo de mil watts, ou ainda terem de fechar suas portas e encerrar atividades caso permaneçam com baixa potência, caracterizando o perfil do AM local.
No último SET Norte, realizado nos dias 9 e 10 de novembro, em Manaus (AM), Cappia demonstrou exemplos de rádios que não optaram pela migração em Manaus, e contou o caso do Pará, onde todas as emissoras migraram. A matéria completa você lê aqui.
A Migração no mundo e a Digitalização na Noruega
Cappia destaca dois grandes exemplos de migração no mundo, o do México e da Noruega. A convite da SET, ele esteve recentemente na Feira do Broadcast México, onde conheceu de perto os resultados da migração naquele país.
“A grande diferença é que lá a migração foi compulsória. Todas as emissoras deveriam estar no FM de acordo com um cronograma, que ainda não está finalizado. O resultado é que uma grande parte da população, que não estava preparada para esta migração, ficou sem o sinal das rádios”, detalha.
Já a Noruega, Cappia considerado um “caso à parte”, por ser um país de aproximadamente 5 milhões de habitantes, e no qual o governo afirmou haver 70% da população pronta para receber o sinal.
“Com isso, impôs a recepção exclusivamente de maneira digital – Digital Audio Broadcasting (DAB) -, excluindo a grande massa que ainda utiliza o rádio pelo dial analógico, como no carro ou em casa, no aparelho de rádio. São casos que o Brasil precisa se atentar para não cometer o mesmo erro, e a SET, por sua vez, vem acompanhando essas discussões e exemplos”, afirmou.
O Vice-Diretor de Rádio da SET, Marco Túlio Nascimento, pondera o outro lado da questão norueguesa, onde ocorre a digitalização. “Sendo um pouco especulativo, me parece que há ainda um componente político nessa decisão. O funcionamento em paralelo do DAB e do FM por tanto tempo é também um sinal de fragilidade do digital. Assim, para os defensores da tecnologia, o switch-off do analógico serviria para reafirmar que a decisão de migrar para o DAB foi acertada. Ao mesmo tempo, seria uma forma de (supostamente) alavancar as vendas de receptores. A evolução da base de receptores DAB no mundo tem sido relativamente lenta. Daí, talvez, a decisão de fazer o switch-off agora, a despeito de todas as outras questões”, detalhou.
“Até onde apurei, apenas a rede nacional de rádio está seguindo este caminho, por enquanto. As FMs locais permanecerão em funcionamento por pelo menos mais cinco anos. Assim, o avanço digital está sendo feito, porém, até certo ponto, de forma cautelosa. Ou seja, é apenas o início do fim”, observa o Vice-Diretor.
O papel da SET na migração
A SET vem, por meio dos seminários regionais e do SET EXPO, se dedicando ao assunto da Migração AM/FM desde a sua concepção, em 2009. Atualmente, o SET EXPO dedica um dia de seu Congresso de Tecnologia exclusivamente com o tema rádio. “Para este ano, programamos três painéis: um para tratar da Infraestrutura, outro para falar da tecnologia, e o terceiro para abordar a mobilidade e internet, e a recepção via smartphone, na modalidade híbrida”.
Os temas das palestras ainda estão sendo fechados, mas já se sabe que o primeiro painel trará, entre seus assuntos, a canalização FM na faixa estendida, de 76 a 88 MHz.
“A SET tem cumprido seu papel de maneira bastante efetiva quanto à cobertura de todos os setores no processo de migração. Como prova disso, o dia do rádio está sempre cheio, com painéis lotados, do início ao fim do dia, o que torna o nosso trabalho anda mais gratificante”, finaliza o Diretor da SET.
MCTIC divulga lista atualizada sobre a migração AM-FM
O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) divulgou nesta semana uma planilha atualizada com todas as informações sobre as fases em que estão as emissoras que estão em processo de migração AM-FM. Das 1.388 rádios AM que solicitaram a adaptação da outorga para FM, várias já estão operando em FM.
Pela planilha é possível acompanhar as fases em que se encontram as análises dos processos de adaptação de outorga, como, por exemplo, a admissibilidade, os boletos expedidos, os pagos, e os que já tiveram o termo aditivo assinado. Ao todo, 1.388 rádios AM solicitaram a adaptação da outorga para FM.
De acordo com os dados do MCTIC, o processo de migração segue em seu trâmite normal, com várias rádios recebendo boletos para a quitação da adaptação da outorga. Em Santa Catarina, por exemplo, mais duas rádios receberam o documento. A rádio Alvorada de Santa Cecília, do Meio-Oeste, e a Rádio Educadora de Taió, do Alto Vale do Itajaí, receberam as guias de pagamento no início desta semana.
Com isso, a radiodifusão catarinense já contabiliza 11 emissoras contempladas com os boletos da migração. Cinco delas já foram autorizadas a migrar: uma está operando no FM e as outras quatro aguardam apenas a publicação da autorização da Anatel no Diário Oficial da União. Todas as emissoras que receberam o boleto fazem parte do primeiro lote da migração, que em Santa Catarina reúne 45 emissoras, portanto, 34 ainda aguardam a emissão dos boletos.
Lote Residual
Teve início no dia 25 de junho o prazo para as emissoras do lote residual apresentarem a documentação para a migração do AM para o FM. Até o dia 22 de setembro, as emissoras devem encaminhar as certidões negativas pelo Sistema Eletrônico de Informações (SEI).
O Rádio: Migração das AMs para a faixa FM
O tudoradio.com preparou uma seção exclusiva com detalhes atualizados sobre a migração das rádios AMs para a faixa FM. O tema tem movimentado a radiodifusão nacional e poderá mudar de forma drástica o cenário radiofônico nos próximos anos.
→ ÚLTIMAS NOTÍCIAS DA MIGRAÇÃO AM-FM: Se você procura mais informações e notícias sobre o tema, clique aqui.
→ LISTA DE EMISSORAS MIGRANTES JÁ ATIVAS NO DIAL FM - segundo guia dials tudoradio.com
LISTA DA MIGRAÇÃO - Clique aqui e tenha acesso a lista com os nomes de todas as rádios AMs que solicitaram a migração para a faixa FM
O que é a Migração das AMs?
A migração das rádios que operam na faixa AM para o espectro das FMs visa fortalecer as emissoras de rádio que hoje são prejudicadas pelo abandono do dial AM. Esse abandono é motivado pela presença de interferências na faixa AM que acabam inviabilizando a sintonia dessas estações por parte dos ouvintes. Quanto maior o centro, mais difícil é a captação. No FM essas emissoras terão uma sintonia mais fácil e uma qualidade de áudio superior. O Decreto que autoriza a migração foi assinado pela presidente da República Dilma Rousseff em 7 de novembro de 2013.
FMe - FM faixa estendida
O dial FM de vários locais não comportam novas emissoras, ou pelo menos o número de estações que virão da faixa AM. Por isso será criado o dial estendido (ou faixa estendida), que vai de 76.1 MHz até 87.5 MHz (hoje as emissoras de rádio em FM utilizam canais entre 87.7 MHz até 107.9 FM). Essa faixa estendida deverá ser utilizada em grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, entre outros, respeitando assim as condições atuais da faixa FM “convencional” (utilizada pelas FMs atualmente). Nos dials FMs não compatíveis com o número de estações AMs que pediram migração, a faixa estendida será utilizada.
Os problemas da faixa estendida
São dois problemas principais: o primeiro é a inexistência dessa faixa na maioria dos receptores que hoje são utilizados pelos ouvintes e/ou estão disponíveis no mercado. A intenção do Governo Brasileiro é incentivar a presença do FM estendido nos novos receptores que serão fabricados, sejam na linha automotiva como também em outros modelos mais básicos. Como isso leva tempo as AMs que forem para o FM estendido provavelmente continuarão operando em AM por um período com previsão máxima em aberto, isso para que a audiência se adapte com a mudança.
O segundo problema é que a liberação desses canais estendidos não é rápida. Esse espectro em FM compreende os canais 5 e 6 da TV analógica, essa que ainda não migrou totalmente para o sinal digital. O início do processo de desligamento desses canais foi iniciado em 2016, com cronograma que vai até 2019 e que contou com várias alterações de dadas. Mercados importantes como São Paulo e Brasília já tiveram a TV analógica desligada.
As vantagens do dial estendido (FMe)
É uma faixa ampla que será utilizada pelo “novo FM”, ampliando de forma significativa o número de estações disponíveis ao público, Outra vantagem é de que boa parte da população tem ouvido rádio através dos receptores em FM presente em aparelhos celulares, esses que já possuem a banda estendida disponível e uma simples reprogramação do rádio FM dos smartphones facilitaria o acesso ao “novo FM”. A maioria dos celulares com rádio que estão no mercado não disponibilizam recepção de rádios na faixa AM.
Sem aumento de potência no futuro para todas as FMs. FMe é solução
Segundo André Cintra, membro da diretoria técnica da ABERT, não serão possíveis aumentos de potência e classe no futuro, isso para as estações que estiverem acomodadas entre 88.1 FM e 107.9 FM, seja ela originada como FM ou uma migrante da faixa AM. O motivo é a grande ocupação do espectro na “faixa tradicional” que, após a migração, ficará em seu limite na acomodação das estações que estão no ar. Para aumentos futuros de potência em FM, as interessadas poderão ter a sua sintonia deslocada para o FMe (FM estendido).
Cintra e Eduardo Cappia (diretor de rádio da SET) informaram no primeiro semestre de 2017 que a expectativa do setor é de que o FM estendido seja popularizado de forma rápida, situação liderada pelos receptores FMs em celulares e nos carros (necessitam apenas de uma simples atualização de software para a sintonia da faixa estendida, já que os aparelhos já contam com essa capacidade de recepção a partir de 76 MHz). Além das migrantes AM-FM em grandes centros populacionais, a faixa estendida poderá acomodar estações em FM que desejarem ampliar as suas potências no futuro, já que essa parte do espectro conta com espaço para isso.
AM no FM “convencional”
As emissoras que operam na faixa AM e que pediram a migração para o dial FM em regiões do país com o dial menos congestionado poderão ter a sua migração efetivada de forma mais rápida. Nesse caso não haverá a necessidade de transmissão simultânea entre as faixas AM e FM durante um determinado período de tempo.
Quem pediu a migração
Segundo o Ministério das Comunicações, cerca de 80% das rádios AM em todo o Brasil fizeram o pedido durante as audiências públicas iniciadas em março de 2014. As demais, que ainda não fizeram o pedido, poderão entregar o requerimento até novembro deste ano, quando termina o prazo determinado pelo decreto sancionado pela presidente da República, Dilma Rousseff, em novembro do ano passado. A migração não é obrigatória e as rádios AM que tiverem abrangência local poderão adaptar suas outorgas para abrangência regional, aumentando assim a captação do seu sinal.
A partir de agora, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estudará as frequências indicadas pelas emissoras para levantar a viabilidade técnica. Caso o dial da região seja considerado “carregado”, as rádios terão que esperar a abertura do chamado “dial estendido”, que ocupará os canais 5 e 6 da TV analógica (de 76 FM a 87 FM).
Conversões
As rádios que operam na faixa AM terão uma certa redução de sua área de cobertura, porém não no porte. Por exemplo: o sinal AM propaga com facilidade à longas distâncias durante o período noturno, fato que é mais incomum com o FM. Porém o rádio conta hoje com a internet para essa captação à distância (já que boa parte das estações disponibilizam seu áudio de forma on-line). A adaptação das rádios na faixa FM será conforme o porte que essas emissoras possuem no AM. Foi fechada uma tabela de conversões entre as classes existentes no AM e aquelas do FM (saiba mais sobre essas classes – clique aqui).
Lembrando que as classes determinam o porte e o contorno protegido dessas rádios (exceto em caso de decisão conjunta para a diminuição de potência - veja mais na sequência).
Custos da migração
Mudar de AM para FM representa um investimento de em média R$ 140 mil, na avaliação de Rodrigo Neves (ex-presidente da AESP – Associação das Emissoras de Rádio e TV do Estado de São Paulo), considerando que a maioria das emissoras opera em uma potência de classe C, de até 1 KW. O valor cobre o pagamento da adaptação da outorga e os custos de modificação de estúdio, transmissor, de antena e torre. Contudo, de acordo com o presidente da AESP, a migração tornará as rádios mais competitivas.
Os valores para as novas outorgas já foram definidos e divulgados pelo Ministério das Comunicações no histórico dia 24 de novembro de 2015. Para se chegar nos números finais foram considerados vários critérios econômicos e sociais. Os indicadores que tiveram o maior peso da decisão dos valores foram: PIB [Produto Interno Bruto], IDH-R (Indicador de Desenvolvimento Humano / Renda) e IPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de cada cidade e região das rádios AMs que solicitaram a migração. Esses dados também foram equilibrados com os portes técnicos de cada emissora migrante (classe de operação / potência), além da disponibilidade de canais em FM “convencional” (88 a 107 MHz) ou “estendido” (76 a 87 MHz), Naturalmente os valores mais altos ficaram com as emissoras de São Paulo (capital), que cobrem a área mais populosa e de maior relevância econômica no país.
Clique aqui e acesse a lista com os valores específicos da migração / Tabela de Preços.
Clique aqui para ver a tabela com os critérios para os valores / Municípios por categoria.
Prazos: Primeiro lote
O primeiro lote consiste nas migrantes que conseguiram espaços no espectro FM “convencional”, ou seja, houve disponibilidade de canais entre 88.1 FM e 107.9 FM. O resultado foi obtido através de vários estudos técnicos realizados pelas entidades do setor e pela Anatel, considerando espaços disponíveis no FM atual para as migrantes, além de readequar os portes das novas estações para que sejam inseridas entre 88.1 FM e 107.9 FM, sem causar interferências às FMs já existentes e também outros serviços de radiodifusão.
As emissoras do primeiro lote (são 954 migrantes nesta etapa) estão recebendo instruções dos próximos passos. Várias estações em FM convencional já estão operando de norte a sul do país, ou seja, tiveram os seus processos de ida para o FM concluído e estão desligando as suas AMs.
As emissoras estão recebendo os boletos para pagamento da nova outorga. A partir do recebimento dos boletos serão 90 dias para a quitação do valor e, posteriormente, a assinatura do contrato para poder efetivar a ida para o FM.
Mutirões realizados pelo ministério e por entidades locais tem acelerado o processo de assinaturas nos estados.
Prazos: Segundo lote ou residual
São 438 migrantes no segundo lote, etapa representada pelas emissoras que terão a sua operação em FM estendido (faixa de 76 a 87 MHz) ou que tinham alguma pendência técnica/jurídica e tiveram o seu processo alterado do primeiro para o segundo lote. São 300 emissoras do segundo lote que podem depender do cronograma de desligamento da TV analógica para poderem operar em FM, conforme já destacado pelo tudoradio.com.
Novamente, no lote residual (outro nome para o segundo lote) estarão as emissoras que não apresentarem os documentos necessários ou perderem qualquer outro prazo estipulados no primeiro lote, entrando no mesmo processo do chamado "segundo lote". Em resumo: migrantes que possuem canal no FM convencional, mas por algum motivo não tiveram o seu processo concluído no primeiro lote, passarão para os prazos e situações do "segundo lote ou residual".
Redução de potência visando o FM "convencional"
Outro tema complexo abordado na sessão de hoje é quanto a redução de potência (e classe) da migrante para poder ser acomodada no FM convencional. Segundo os estudos realizados pelas entidades, em alguns casos isso será possível. Mas uma regra importante deve ser considerada. Acompanhe o exemplo: uma determinada cidade conta com duas ou mais emissoras migrantes que inicialmente vão operar em FM estendido. Porém existe a possibilidade de uso do FM convencional caso haja a redução de potência das migrantes. A redução e adequação não valerá individualmente, ou seja, todas as migrantes da cidade deverão reduzir a potência para poder operar em FM convencional. Se uma das migrantes não aceitar a redução de potência, todas serão realocadas no FM estendido.
O caso de Belém (PA) é um exemplo desse acordo, mercado que não precisou migrar para a faixa estendida. Porém a capital paraense também é um exemplo de uma nova modalidade para a acomodação das migrantes em FM convencional: o uso do "segundo adjacente" (exemplo: os segundos adjacentes da frequência 100.1 FM são 99.7 FM e 100.5 FM) numa mesma região próxima. Além do acordo entre as emissoras para redução das classes, o uso do segundo adjacente tem liberado espaços no FM convencional para as migrantes.
Simulcasting
É uma das principais dúvidas dos migrantes. O simulcating é a transmissão simultânea em AM e FM para a adaptação da audiência AM em relação à transmissão em FM. Como as emissoras do primeiro lote devem operar em FM convencional (faixa já conhecida pelo público de rádio no Brasil), o tempo de simulcasting será de 180 dias (conforme decisão divulgada em abril de 2016), atendendo assim um pedido de entidades do setor. Já as emissoras do segundo lote e que ocuparão faixas do FM estendido a previsão é de que o simulcasting dure cerca de 5 anos.
AM não será extinto
O serviço de rádios AMs continuará existindo no Brasil. As estações que não solicitaram a migração para o FM poderão continuar no ar em AM. O que será extinto é a categoria de AM local, ou seja, as estações de baixa potência. Das locais que operam em AM e não desejam ir para o FM, deverão migrar para outras categorias de operação na faixa AM (regional e nacional). Das 1781 emissoras locais que atuam na faixa AM, 1300 pediram a migração para a FM.
São Paulo e FM estendido
Boa parte das AMs paulistas que solicitaram a migração para a faixa FM será acomodada para o chamado “FM estendido”, ou seja, a faixa de frequência entre 76.1 FM até 87.5 FM que hoje é utilizada pelos canais 5 e 6 da televisão analógica. Cerca de 30% dos canais paulistas serão acomodados no FM “convencional”, ou seja, a faixa que vai entre 88.1 FM a 107.9 FM. Destaque para as regiões de São José do Rio Preto, Barretos, Catanduva, Lins e Lorena que contarão com AMs acomodadas no FM “tradicional”. Foram 144 migrantes para o FM estendido em São Paulo de 237 estações no processo. Veja também a lista de canais para o FM convencional: clique aqui.
Essa página será atualizada conforme novos fatos sobre a migração sejam publicados pela Redação do tudoradio.com.
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O que é a Migração das AMs?
A migração das rádios que operam na faixa AM para o espectro das FMs visa fortalecer as emissoras de rádio que hoje são prejudicadas pelo abandono do dial AM. Esse abandono é motivado pela presença de interferências na faixa AM que acabam inviabilizando a sintonia dessas estações por parte dos ouvintes. Quanto maior o centro, mais difícil é a captação. No FM essas emissoras terão uma sintonia mais fácil e uma qualidade de áudio superior. O Decreto que autoriza a migração foi assinado pela presidente da República Dilma Rousseff em 7 de novembro de 2013.
FMe - FM faixa estendida
O dial FM de vários locais não comportam novas emissoras, ou pelo menos o número de estações que virão da faixa AM. Por isso será criado o dial estendido (ou faixa estendida), que vai de 76.1 MHz até 87.5 MHz (hoje as emissoras de rádio em FM utilizam canais entre 87.7 MHz até 107.9 FM). Essa faixa estendida deverá ser utilizada em grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, entre outros, respeitando assim as condições atuais da faixa FM “convencional” (utilizada pelas FMs atualmente). Nos dials FMs não compatíveis com o número de estações AMs que pediram migração, a faixa estendida será utilizada.
Os problemas da faixa estendida
São dois problemas principais: o primeiro é a inexistência dessa faixa na maioria dos receptores que hoje são utilizados pelos ouvintes e/ou estão disponíveis no mercado. A intenção do Governo Brasileiro é incentivar a presença do FM estendido nos novos receptores que serão fabricados, sejam na linha automotiva como também em outros modelos mais básicos. Como isso leva tempo as AMs que forem para o FM estendido provavelmente continuarão operando em AM por um período com previsão máxima em aberto, isso para que a audiência se adapte com a mudança.
O segundo problema é que a liberação desses canais estendidos não é rápida. Esse espectro em FM compreende os canais 5 e 6 da TV analógica, essa que ainda não migrou totalmente para o sinal digital. O início do processo de desligamento desses canais foi iniciado em 2016, com cronograma que vai até 2019 e que contou com várias alterações de dadas. Mercados importantes como São Paulo e Brasília já tiveram a TV analógica desligada.
As vantagens do dial estendido (FMe)
É uma faixa ampla que será utilizada pelo “novo FM”, ampliando de forma significativa o número de estações disponíveis ao público, Outra vantagem é de que boa parte da população tem ouvido rádio através dos receptores em FM presente em aparelhos celulares, esses que já possuem a banda estendida disponível e uma simples reprogramação do rádio FM dos smartphones facilitaria o acesso ao “novo FM”. A maioria dos celulares com rádio que estão no mercado não disponibilizam recepção de rádios na faixa AM.
Sem aumento de potência no futuro para todas as FMs. FMe é solução
Segundo André Cintra, membro da diretoria técnica da ABERT, não serão possíveis aumentos de potência e classe no futuro, isso para as estações que estiverem acomodadas entre 88.1 FM e 107.9 FM, seja ela originada como FM ou uma migrante da faixa AM. O motivo é a grande ocupação do espectro na “faixa tradicional” que, após a migração, ficará em seu limite na acomodação das estações que estão no ar. Para aumentos futuros de potência em FM, as interessadas poderão ter a sua sintonia deslocada para o FMe (FM estendido).
Cintra e Eduardo Cappia (diretor de rádio da SET) informaram no primeiro semestre de 2017 que a expectativa do setor é de que o FM estendido seja popularizado de forma rápida, situação liderada pelos receptores FMs em celulares e nos carros (necessitam apenas de uma simples atualização de software para a sintonia da faixa estendida, já que os aparelhos já contam com essa capacidade de recepção a partir de 76 MHz). Além das migrantes AM-FM em grandes centros populacionais, a faixa estendida poderá acomodar estações em FM que desejarem ampliar as suas potências no futuro, já que essa parte do espectro conta com espaço para isso.
AM no FM “convencional”
As emissoras que operam na faixa AM e que pediram a migração para o dial FM em regiões do país com o dial menos congestionado poderão ter a sua migração efetivada de forma mais rápida. Nesse caso não haverá a necessidade de transmissão simultânea entre as faixas AM e FM durante um determinado período de tempo.
Quem pediu a migração
Segundo o Ministério das Comunicações, cerca de 80% das rádios AM em todo o Brasil fizeram o pedido durante as audiências públicas iniciadas em março de 2014. As demais, que ainda não fizeram o pedido, poderão entregar o requerimento até novembro deste ano, quando termina o prazo determinado pelo decreto sancionado pela presidente da República, Dilma Rousseff, em novembro do ano passado. A migração não é obrigatória e as rádios AM que tiverem abrangência local poderão adaptar suas outorgas para abrangência regional, aumentando assim a captação do seu sinal.
A partir de agora, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estudará as frequências indicadas pelas emissoras para levantar a viabilidade técnica. Caso o dial da região seja considerado “carregado”, as rádios terão que esperar a abertura do chamado “dial estendido”, que ocupará os canais 5 e 6 da TV analógica (de 76 FM a 87 FM).
Conversões
As rádios que operam na faixa AM terão uma certa redução de sua área de cobertura, porém não no porte. Por exemplo: o sinal AM propaga com facilidade à longas distâncias durante o período noturno, fato que é mais incomum com o FM. Porém o rádio conta hoje com a internet para essa captação à distância (já que boa parte das estações disponibilizam seu áudio de forma on-line). A adaptação das rádios na faixa FM será conforme o porte que essas emissoras possuem no AM. Foi fechada uma tabela de conversões entre as classes existentes no AM e aquelas do FM (saiba mais sobre essas classes – clique aqui).
Lembrando que as classes determinam o porte e o contorno protegido dessas rádios (exceto em caso de decisão conjunta para a diminuição de potência - veja mais na sequência).
Custos da migração
Mudar de AM para FM representa um investimento de em média R$ 140 mil, na avaliação de Rodrigo Neves (ex-presidente da AESP – Associação das Emissoras de Rádio e TV do Estado de São Paulo), considerando que a maioria das emissoras opera em uma potência de classe C, de até 1 KW. O valor cobre o pagamento da adaptação da outorga e os custos de modificação de estúdio, transmissor, de antena e torre. Contudo, de acordo com o presidente da AESP, a migração tornará as rádios mais competitivas.
Os valores para as novas outorgas já foram definidos e divulgados pelo Ministério das Comunicações no histórico dia 24 de novembro de 2015. Para se chegar nos números finais foram considerados vários critérios econômicos e sociais. Os indicadores que tiveram o maior peso da decisão dos valores foram: PIB [Produto Interno Bruto], IDH-R (Indicador de Desenvolvimento Humano / Renda) e IPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de cada cidade e região das rádios AMs que solicitaram a migração. Esses dados também foram equilibrados com os portes técnicos de cada emissora migrante (classe de operação / potência), além da disponibilidade de canais em FM “convencional” (88 a 107 MHz) ou “estendido” (76 a 87 MHz), Naturalmente os valores mais altos ficaram com as emissoras de São Paulo (capital), que cobrem a área mais populosa e de maior relevância econômica no país.
Clique aqui e acesse a lista com os valores específicos da migração / Tabela de Preços.
Clique aqui para ver a tabela com os critérios para os valores / Municípios por categoria.
Prazos: Primeiro lote
O primeiro lote consiste nas migrantes que conseguiram espaços no espectro FM “convencional”, ou seja, houve disponibilidade de canais entre 88.1 FM e 107.9 FM. O resultado foi obtido através de vários estudos técnicos realizados pelas entidades do setor e pela Anatel, considerando espaços disponíveis no FM atual para as migrantes, além de readequar os portes das novas estações para que sejam inseridas entre 88.1 FM e 107.9 FM, sem causar interferências às FMs já existentes e também outros serviços de radiodifusão.
As emissoras do primeiro lote (são 954 migrantes nesta etapa) estão recebendo instruções dos próximos passos. Várias estações em FM convencional já estão operando de norte a sul do país, ou seja, tiveram os seus processos de ida para o FM concluído e estão desligando as suas AMs.
As emissoras estão recebendo os boletos para pagamento da nova outorga. A partir do recebimento dos boletos serão 90 dias para a quitação do valor e, posteriormente, a assinatura do contrato para poder efetivar a ida para o FM.
Mutirões realizados pelo ministério e por entidades locais tem acelerado o processo de assinaturas nos estados.
Prazos: Segundo lote ou residual
São 438 migrantes no segundo lote, etapa representada pelas emissoras que terão a sua operação em FM estendido (faixa de 76 a 87 MHz) ou que tinham alguma pendência técnica/jurídica e tiveram o seu processo alterado do primeiro para o segundo lote. São 300 emissoras do segundo lote que podem depender do cronograma de desligamento da TV analógica para poderem operar em FM, conforme já destacado pelo tudoradio.com.
Novamente, no lote residual (outro nome para o segundo lote) estarão as emissoras que não apresentarem os documentos necessários ou perderem qualquer outro prazo estipulados no primeiro lote, entrando no mesmo processo do chamado "segundo lote". Em resumo: migrantes que possuem canal no FM convencional, mas por algum motivo não tiveram o seu processo concluído no primeiro lote, passarão para os prazos e situações do "segundo lote ou residual".
Redução de potência visando o FM "convencional"
Outro tema complexo abordado na sessão de hoje é quanto a redução de potência (e classe) da migrante para poder ser acomodada no FM convencional. Segundo os estudos realizados pelas entidades, em alguns casos isso será possível. Mas uma regra importante deve ser considerada. Acompanhe o exemplo: uma determinada cidade conta com duas ou mais emissoras migrantes que inicialmente vão operar em FM estendido. Porém existe a possibilidade de uso do FM convencional caso haja a redução de potência das migrantes. A redução e adequação não valerá individualmente, ou seja, todas as migrantes da cidade deverão reduzir a potência para poder operar em FM convencional. Se uma das migrantes não aceitar a redução de potência, todas serão realocadas no FM estendido.
O caso de Belém (PA) é um exemplo desse acordo, mercado que não precisou migrar para a faixa estendida. Porém a capital paraense também é um exemplo de uma nova modalidade para a acomodação das migrantes em FM convencional: o uso do "segundo adjacente" (exemplo: os segundos adjacentes da frequência 100.1 FM são 99.7 FM e 100.5 FM) numa mesma região próxima. Além do acordo entre as emissoras para redução das classes, o uso do segundo adjacente tem liberado espaços no FM convencional para as migrantes.
Simulcasting
É uma das principais dúvidas dos migrantes. O simulcating é a transmissão simultânea em AM e FM para a adaptação da audiência AM em relação à transmissão em FM. Como as emissoras do primeiro lote devem operar em FM convencional (faixa já conhecida pelo público de rádio no Brasil), o tempo de simulcasting será de 180 dias (conforme decisão divulgada em abril de 2016), atendendo assim um pedido de entidades do setor. Já as emissoras do segundo lote e que ocuparão faixas do FM estendido a previsão é de que o simulcasting dure cerca de 5 anos.
AM não será extinto
O serviço de rádios AMs continuará existindo no Brasil. As estações que não solicitaram a migração para o FM poderão continuar no ar em AM. O que será extinto é a categoria de AM local, ou seja, as estações de baixa potência. Das locais que operam em AM e não desejam ir para o FM, deverão migrar para outras categorias de operação na faixa AM (regional e nacional). Das 1781 emissoras locais que atuam na faixa AM, 1300 pediram a migração para a FM.
São Paulo e FM estendido
Boa parte das AMs paulistas que solicitaram a migração para a faixa FM será acomodada para o chamado “FM estendido”, ou seja, a faixa de frequência entre 76.1 FM até 87.5 FM que hoje é utilizada pelos canais 5 e 6 da televisão analógica. Cerca de 30% dos canais paulistas serão acomodados no FM “convencional”, ou seja, a faixa que vai entre 88.1 FM a 107.9 FM. Destaque para as regiões de São José do Rio Preto, Barretos, Catanduva, Lins e Lorena que contarão com AMs acomodadas no FM “tradicional”. Foram 144 migrantes para o FM estendido em São Paulo de 237 estações no processo. Veja também a lista de canais para o FM convencional: clique aqui.
Essa página será atualizada conforme novos fatos sobre a migração sejam publicados pela Redação do tudoradio.com.
Veja mais:
- O Rádio: Rádio Digital
- Rádios Comunitárias
- O Radionauta
- O Rádio: RDS
- Pirataria
- Ondas Curtas - Rádios
- O Rádio: Migração das AMs para a faixa FM
O Rádio: Migração das AMs para a faixa FM
O tudoradio.com preparou uma seção exclusiva com detalhes atualizados sobre a migração das rádios AMs para a faixa FM. O tema tem movimentado a radiodifusão nacional e poderá mudar de forma drástica o cenário radiofônico nos próximos anos.
→ ÚLTIMAS NOTÍCIAS DA MIGRAÇÃO AM-FM: Se você procura mais informações e notícias sobre o tema, clique aqui.
→ LISTA DE EMISSORAS MIGRANTES JÁ ATIVAS NO DIAL FM - segundo guia dials tudoradio.com
LISTA DA MIGRAÇÃO - Clique aqui e tenha acesso a lista com os nomes de todas as rádios AMs que solicitaram a migração para a faixa FM
O que é a Migração das AMs?
A migração das rádios que operam na faixa AM para o espectro das FMs visa fortalecer as emissoras de rádio que hoje são prejudicadas pelo abandono do dial AM. Esse abandono é motivado pela presença de interferências na faixa AM que acabam inviabilizando a sintonia dessas estações por parte dos ouvintes. Quanto maior o centro, mais difícil é a captação. No FM essas emissoras terão uma sintonia mais fácil e uma qualidade de áudio superior. O Decreto que autoriza a migração foi assinado pela presidente da República Dilma Rousseff em 7 de novembro de 2013.
FMe - FM faixa estendida
O dial FM de vários locais não comportam novas emissoras, ou pelo menos o número de estações que virão da faixa AM. Por isso será criado o dial estendido (ou faixa estendida), que vai de 76.1 MHz até 87.5 MHz (hoje as emissoras de rádio em FM utilizam canais entre 87.7 MHz até 107.9 FM). Essa faixa estendida deverá ser utilizada em grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, entre outros, respeitando assim as condições atuais da faixa FM “convencional” (utilizada pelas FMs atualmente). Nos dials FMs não compatíveis com o número de estações AMs que pediram migração, a faixa estendida será utilizada.
Os problemas da faixa estendida
São dois problemas principais: o primeiro é a inexistência dessa faixa na maioria dos receptores que hoje são utilizados pelos ouvintes e/ou estão disponíveis no mercado. A intenção do Governo Brasileiro é incentivar a presença do FM estendido nos novos receptores que serão fabricados, sejam na linha automotiva como também em outros modelos mais básicos. Como isso leva tempo as AMs que forem para o FM estendido provavelmente continuarão operando em AM por um período com previsão máxima em aberto, isso para que a audiência se adapte com a mudança.
O segundo problema é que a liberação desses canais estendidos não é rápida. Esse espectro em FM compreende os canais 5 e 6 da TV analógica, essa que ainda não migrou totalmente para o sinal digital. O início do processo de desligamento desses canais foi iniciado em 2016, com cronograma que vai até 2019 e que contou com várias alterações de dadas. Mercados importantes como São Paulo e Brasília já tiveram a TV analógica desligada.
As vantagens do dial estendido (FMe)
É uma faixa ampla que será utilizada pelo “novo FM”, ampliando de forma significativa o número de estações disponíveis ao público, Outra vantagem é de que boa parte da população tem ouvido rádio através dos receptores em FM presente em aparelhos celulares, esses que já possuem a banda estendida disponível e uma simples reprogramação do rádio FM dos smartphones facilitaria o acesso ao “novo FM”. A maioria dos celulares com rádio que estão no mercado não disponibilizam recepção de rádios na faixa AM.
Sem aumento de potência no futuro para todas as FMs. FMe é solução
Segundo André Cintra, membro da diretoria técnica da ABERT, não serão possíveis aumentos de potência e classe no futuro, isso para as estações que estiverem acomodadas entre 88.1 FM e 107.9 FM, seja ela originada como FM ou uma migrante da faixa AM. O motivo é a grande ocupação do espectro na “faixa tradicional” que, após a migração, ficará em seu limite na acomodação das estações que estão no ar. Para aumentos futuros de potência em FM, as interessadas poderão ter a sua sintonia deslocada para o FMe (FM estendido).
Cintra e Eduardo Cappia (diretor de rádio da SET) informaram no primeiro semestre de 2017 que a expectativa do setor é de que o FM estendido seja popularizado de forma rápida, situação liderada pelos receptores FMs em celulares e nos carros (necessitam apenas de uma simples atualização de software para a sintonia da faixa estendida, já que os aparelhos já contam com essa capacidade de recepção a partir de 76 MHz). Além das migrantes AM-FM em grandes centros populacionais, a faixa estendida poderá acomodar estações em FM que desejarem ampliar as suas potências no futuro, já que essa parte do espectro conta com espaço para isso.
AM no FM “convencional”
As emissoras que operam na faixa AM e que pediram a migração para o dial FM em regiões do país com o dial menos congestionado poderão ter a sua migração efetivada de forma mais rápida. Nesse caso não haverá a necessidade de transmissão simultânea entre as faixas AM e FM durante um determinado período de tempo.
Quem pediu a migração
Segundo o Ministério das Comunicações, cerca de 80% das rádios AM em todo o Brasil fizeram o pedido durante as audiências públicas iniciadas em março de 2014. As demais, que ainda não fizeram o pedido, poderão entregar o requerimento até novembro deste ano, quando termina o prazo determinado pelo decreto sancionado pela presidente da República, Dilma Rousseff, em novembro do ano passado. A migração não é obrigatória e as rádios AM que tiverem abrangência local poderão adaptar suas outorgas para abrangência regional, aumentando assim a captação do seu sinal.
A partir de agora, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estudará as frequências indicadas pelas emissoras para levantar a viabilidade técnica. Caso o dial da região seja considerado “carregado”, as rádios terão que esperar a abertura do chamado “dial estendido”, que ocupará os canais 5 e 6 da TV analógica (de 76 FM a 87 FM).
Conversões
As rádios que operam na faixa AM terão uma certa redução de sua área de cobertura, porém não no porte. Por exemplo: o sinal AM propaga com facilidade à longas distâncias durante o período noturno, fato que é mais incomum com o FM. Porém o rádio conta hoje com a internet para essa captação à distância (já que boa parte das estações disponibilizam seu áudio de forma on-line). A adaptação das rádios na faixa FM será conforme o porte que essas emissoras possuem no AM. Foi fechada uma tabela de conversões entre as classes existentes no AM e aquelas do FM (saiba mais sobre essas classes – clique aqui).
Lembrando que as classes determinam o porte e o contorno protegido dessas rádios (exceto em caso de decisão conjunta para a diminuição de potência - veja mais na sequência).
Custos da migração
Mudar de AM para FM representa um investimento de em média R$ 140 mil, na avaliação de Rodrigo Neves (ex-presidente da AESP – Associação das Emissoras de Rádio e TV do Estado de São Paulo), considerando que a maioria das emissoras opera em uma potência de classe C, de até 1 KW. O valor cobre o pagamento da adaptação da outorga e os custos de modificação de estúdio, transmissor, de antena e torre. Contudo, de acordo com o presidente da AESP, a migração tornará as rádios mais competitivas.
Os valores para as novas outorgas já foram definidos e divulgados pelo Ministério das Comunicações no histórico dia 24 de novembro de 2015. Para se chegar nos números finais foram considerados vários critérios econômicos e sociais. Os indicadores que tiveram o maior peso da decisão dos valores foram: PIB [Produto Interno Bruto], IDH-R (Indicador de Desenvolvimento Humano / Renda) e IPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de cada cidade e região das rádios AMs que solicitaram a migração. Esses dados também foram equilibrados com os portes técnicos de cada emissora migrante (classe de operação / potência), além da disponibilidade de canais em FM “convencional” (88 a 107 MHz) ou “estendido” (76 a 87 MHz), Naturalmente os valores mais altos ficaram com as emissoras de São Paulo (capital), que cobrem a área mais populosa e de maior relevância econômica no país.
Clique aqui e acesse a lista com os valores específicos da migração / Tabela de Preços.
Clique aqui para ver a tabela com os critérios para os valores / Municípios por categoria.
Prazos: Primeiro lote
O primeiro lote consiste nas migrantes que conseguiram espaços no espectro FM “convencional”, ou seja, houve disponibilidade de canais entre 88.1 FM e 107.9 FM. O resultado foi obtido através de vários estudos técnicos realizados pelas entidades do setor e pela Anatel, considerando espaços disponíveis no FM atual para as migrantes, além de readequar os portes das novas estações para que sejam inseridas entre 88.1 FM e 107.9 FM, sem causar interferências às FMs já existentes e também outros serviços de radiodifusão.
As emissoras do primeiro lote (são 954 migrantes nesta etapa) estão recebendo instruções dos próximos passos. Várias estações em FM convencional já estão operando de norte a sul do país, ou seja, tiveram os seus processos de ida para o FM concluído e estão desligando as suas AMs.
As emissoras estão recebendo os boletos para pagamento da nova outorga. A partir do recebimento dos boletos serão 90 dias para a quitação do valor e, posteriormente, a assinatura do contrato para poder efetivar a ida para o FM.
Mutirões realizados pelo ministério e por entidades locais tem acelerado o processo de assinaturas nos estados.
Prazos: Segundo lote ou residual
São 438 migrantes no segundo lote, etapa representada pelas emissoras que terão a sua operação em FM estendido (faixa de 76 a 87 MHz) ou que tinham alguma pendência técnica/jurídica e tiveram o seu processo alterado do primeiro para o segundo lote. São 300 emissoras do segundo lote que podem depender do cronograma de desligamento da TV analógica para poderem operar em FM, conforme já destacado pelo tudoradio.com.
Novamente, no lote residual (outro nome para o segundo lote) estarão as emissoras que não apresentarem os documentos necessários ou perderem qualquer outro prazo estipulados no primeiro lote, entrando no mesmo processo do chamado "segundo lote". Em resumo: migrantes que possuem canal no FM convencional, mas por algum motivo não tiveram o seu processo concluído no primeiro lote, passarão para os prazos e situações do "segundo lote ou residual".
Redução de potência visando o FM "convencional"
Outro tema complexo abordado na sessão de hoje é quanto a redução de potência (e classe) da migrante para poder ser acomodada no FM convencional. Segundo os estudos realizados pelas entidades, em alguns casos isso será possível. Mas uma regra importante deve ser considerada. Acompanhe o exemplo: uma determinada cidade conta com duas ou mais emissoras migrantes que inicialmente vão operar em FM estendido. Porém existe a possibilidade de uso do FM convencional caso haja a redução de potência das migrantes. A redução e adequação não valerá individualmente, ou seja, todas as migrantes da cidade deverão reduzir a potência para poder operar em FM convencional. Se uma das migrantes não aceitar a redução de potência, todas serão realocadas no FM estendido.
O caso de Belém (PA) é um exemplo desse acordo, mercado que não precisou migrar para a faixa estendida. Porém a capital paraense também é um exemplo de uma nova modalidade para a acomodação das migrantes em FM convencional: o uso do "segundo adjacente" (exemplo: os segundos adjacentes da frequência 100.1 FM são 99.7 FM e 100.5 FM) numa mesma região próxima. Além do acordo entre as emissoras para redução das classes, o uso do segundo adjacente tem liberado espaços no FM convencional para as migrantes.
Simulcasting
É uma das principais dúvidas dos migrantes. O simulcating é a transmissão simultânea em AM e FM para a adaptação da audiência AM em relação à transmissão em FM. Como as emissoras do primeiro lote devem operar em FM convencional (faixa já conhecida pelo público de rádio no Brasil), o tempo de simulcasting será de 180 dias (conforme decisão divulgada em abril de 2016), atendendo assim um pedido de entidades do setor. Já as emissoras do segundo lote e que ocuparão faixas do FM estendido a previsão é de que o simulcasting dure cerca de 5 anos.
AM não será extinto
O serviço de rádios AMs continuará existindo no Brasil. As estações que não solicitaram a migração para o FM poderão continuar no ar em AM. O que será extinto é a categoria de AM local, ou seja, as estações de baixa potência. Das locais que operam em AM e não desejam ir para o FM, deverão migrar para outras categorias de operação na faixa AM (regional e nacional). Das 1781 emissoras locais que atuam na faixa AM, 1300 pediram a migração para a FM.
São Paulo e FM estendido
Boa parte das AMs paulistas que solicitaram a migração para a faixa FM será acomodada para o chamado “FM estendido”, ou seja, a faixa de frequência entre 76.1 FM até 87.5 FM que hoje é utilizada pelos canais 5 e 6 da televisão analógica. Cerca de 30% dos canais paulistas serão acomodados no FM “convencional”, ou seja, a faixa que vai entre 88.1 FM a 107.9 FM. Destaque para as regiões de São José do Rio Preto, Barretos, Catanduva, Lins e Lorena que contarão com AMs acomodadas no FM “tradicional”. Foram 144 migrantes para o FM estendido em São Paulo de 237 estações no processo. Veja também a lista de canais para o FM convencional: clique aqui.
Essa página será atualizada conforme novos fatos sobre a migração sejam publicados pela Redação do tudoradio.com.
→ ÚLTIMAS NOTÍCIAS DA MIGRAÇÃO AM-FM: Se você procura mais informações e notícias sobre o tema, clique aqui.
→ LISTA DE EMISSORAS MIGRANTES JÁ ATIVAS NO DIAL FM - segundo guia dials tudoradio.com
LISTA DA MIGRAÇÃO - Clique aqui e tenha acesso a lista com os nomes de todas as rádios AMs que solicitaram a migração para a faixa FM
O que é a Migração das AMs?
A migração das rádios que operam na faixa AM para o espectro das FMs visa fortalecer as emissoras de rádio que hoje são prejudicadas pelo abandono do dial AM. Esse abandono é motivado pela presença de interferências na faixa AM que acabam inviabilizando a sintonia dessas estações por parte dos ouvintes. Quanto maior o centro, mais difícil é a captação. No FM essas emissoras terão uma sintonia mais fácil e uma qualidade de áudio superior. O Decreto que autoriza a migração foi assinado pela presidente da República Dilma Rousseff em 7 de novembro de 2013.
FMe - FM faixa estendida
O dial FM de vários locais não comportam novas emissoras, ou pelo menos o número de estações que virão da faixa AM. Por isso será criado o dial estendido (ou faixa estendida), que vai de 76.1 MHz até 87.5 MHz (hoje as emissoras de rádio em FM utilizam canais entre 87.7 MHz até 107.9 FM). Essa faixa estendida deverá ser utilizada em grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, entre outros, respeitando assim as condições atuais da faixa FM “convencional” (utilizada pelas FMs atualmente). Nos dials FMs não compatíveis com o número de estações AMs que pediram migração, a faixa estendida será utilizada.
Os problemas da faixa estendida
São dois problemas principais: o primeiro é a inexistência dessa faixa na maioria dos receptores que hoje são utilizados pelos ouvintes e/ou estão disponíveis no mercado. A intenção do Governo Brasileiro é incentivar a presença do FM estendido nos novos receptores que serão fabricados, sejam na linha automotiva como também em outros modelos mais básicos. Como isso leva tempo as AMs que forem para o FM estendido provavelmente continuarão operando em AM por um período com previsão máxima em aberto, isso para que a audiência se adapte com a mudança.
O segundo problema é que a liberação desses canais estendidos não é rápida. Esse espectro em FM compreende os canais 5 e 6 da TV analógica, essa que ainda não migrou totalmente para o sinal digital. O início do processo de desligamento desses canais foi iniciado em 2016, com cronograma que vai até 2019 e que contou com várias alterações de dadas. Mercados importantes como São Paulo e Brasília já tiveram a TV analógica desligada.
As vantagens do dial estendido (FMe)
É uma faixa ampla que será utilizada pelo “novo FM”, ampliando de forma significativa o número de estações disponíveis ao público, Outra vantagem é de que boa parte da população tem ouvido rádio através dos receptores em FM presente em aparelhos celulares, esses que já possuem a banda estendida disponível e uma simples reprogramação do rádio FM dos smartphones facilitaria o acesso ao “novo FM”. A maioria dos celulares com rádio que estão no mercado não disponibilizam recepção de rádios na faixa AM.
Sem aumento de potência no futuro para todas as FMs. FMe é solução
Segundo André Cintra, membro da diretoria técnica da ABERT, não serão possíveis aumentos de potência e classe no futuro, isso para as estações que estiverem acomodadas entre 88.1 FM e 107.9 FM, seja ela originada como FM ou uma migrante da faixa AM. O motivo é a grande ocupação do espectro na “faixa tradicional” que, após a migração, ficará em seu limite na acomodação das estações que estão no ar. Para aumentos futuros de potência em FM, as interessadas poderão ter a sua sintonia deslocada para o FMe (FM estendido).
Cintra e Eduardo Cappia (diretor de rádio da SET) informaram no primeiro semestre de 2017 que a expectativa do setor é de que o FM estendido seja popularizado de forma rápida, situação liderada pelos receptores FMs em celulares e nos carros (necessitam apenas de uma simples atualização de software para a sintonia da faixa estendida, já que os aparelhos já contam com essa capacidade de recepção a partir de 76 MHz). Além das migrantes AM-FM em grandes centros populacionais, a faixa estendida poderá acomodar estações em FM que desejarem ampliar as suas potências no futuro, já que essa parte do espectro conta com espaço para isso.
AM no FM “convencional”
As emissoras que operam na faixa AM e que pediram a migração para o dial FM em regiões do país com o dial menos congestionado poderão ter a sua migração efetivada de forma mais rápida. Nesse caso não haverá a necessidade de transmissão simultânea entre as faixas AM e FM durante um determinado período de tempo.
Quem pediu a migração
Segundo o Ministério das Comunicações, cerca de 80% das rádios AM em todo o Brasil fizeram o pedido durante as audiências públicas iniciadas em março de 2014. As demais, que ainda não fizeram o pedido, poderão entregar o requerimento até novembro deste ano, quando termina o prazo determinado pelo decreto sancionado pela presidente da República, Dilma Rousseff, em novembro do ano passado. A migração não é obrigatória e as rádios AM que tiverem abrangência local poderão adaptar suas outorgas para abrangência regional, aumentando assim a captação do seu sinal.
A partir de agora, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estudará as frequências indicadas pelas emissoras para levantar a viabilidade técnica. Caso o dial da região seja considerado “carregado”, as rádios terão que esperar a abertura do chamado “dial estendido”, que ocupará os canais 5 e 6 da TV analógica (de 76 FM a 87 FM).
Conversões
As rádios que operam na faixa AM terão uma certa redução de sua área de cobertura, porém não no porte. Por exemplo: o sinal AM propaga com facilidade à longas distâncias durante o período noturno, fato que é mais incomum com o FM. Porém o rádio conta hoje com a internet para essa captação à distância (já que boa parte das estações disponibilizam seu áudio de forma on-line). A adaptação das rádios na faixa FM será conforme o porte que essas emissoras possuem no AM. Foi fechada uma tabela de conversões entre as classes existentes no AM e aquelas do FM (saiba mais sobre essas classes – clique aqui).
Lembrando que as classes determinam o porte e o contorno protegido dessas rádios (exceto em caso de decisão conjunta para a diminuição de potência - veja mais na sequência).
Custos da migração
Mudar de AM para FM representa um investimento de em média R$ 140 mil, na avaliação de Rodrigo Neves (ex-presidente da AESP – Associação das Emissoras de Rádio e TV do Estado de São Paulo), considerando que a maioria das emissoras opera em uma potência de classe C, de até 1 KW. O valor cobre o pagamento da adaptação da outorga e os custos de modificação de estúdio, transmissor, de antena e torre. Contudo, de acordo com o presidente da AESP, a migração tornará as rádios mais competitivas.
Os valores para as novas outorgas já foram definidos e divulgados pelo Ministério das Comunicações no histórico dia 24 de novembro de 2015. Para se chegar nos números finais foram considerados vários critérios econômicos e sociais. Os indicadores que tiveram o maior peso da decisão dos valores foram: PIB [Produto Interno Bruto], IDH-R (Indicador de Desenvolvimento Humano / Renda) e IPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de cada cidade e região das rádios AMs que solicitaram a migração. Esses dados também foram equilibrados com os portes técnicos de cada emissora migrante (classe de operação / potência), além da disponibilidade de canais em FM “convencional” (88 a 107 MHz) ou “estendido” (76 a 87 MHz), Naturalmente os valores mais altos ficaram com as emissoras de São Paulo (capital), que cobrem a área mais populosa e de maior relevância econômica no país.
Clique aqui e acesse a lista com os valores específicos da migração / Tabela de Preços.
Clique aqui para ver a tabela com os critérios para os valores / Municípios por categoria.
Prazos: Primeiro lote
O primeiro lote consiste nas migrantes que conseguiram espaços no espectro FM “convencional”, ou seja, houve disponibilidade de canais entre 88.1 FM e 107.9 FM. O resultado foi obtido através de vários estudos técnicos realizados pelas entidades do setor e pela Anatel, considerando espaços disponíveis no FM atual para as migrantes, além de readequar os portes das novas estações para que sejam inseridas entre 88.1 FM e 107.9 FM, sem causar interferências às FMs já existentes e também outros serviços de radiodifusão.
As emissoras do primeiro lote (são 954 migrantes nesta etapa) estão recebendo instruções dos próximos passos. Várias estações em FM convencional já estão operando de norte a sul do país, ou seja, tiveram os seus processos de ida para o FM concluído e estão desligando as suas AMs.
As emissoras estão recebendo os boletos para pagamento da nova outorga. A partir do recebimento dos boletos serão 90 dias para a quitação do valor e, posteriormente, a assinatura do contrato para poder efetivar a ida para o FM.
Mutirões realizados pelo ministério e por entidades locais tem acelerado o processo de assinaturas nos estados.
Prazos: Segundo lote ou residual
São 438 migrantes no segundo lote, etapa representada pelas emissoras que terão a sua operação em FM estendido (faixa de 76 a 87 MHz) ou que tinham alguma pendência técnica/jurídica e tiveram o seu processo alterado do primeiro para o segundo lote. São 300 emissoras do segundo lote que podem depender do cronograma de desligamento da TV analógica para poderem operar em FM, conforme já destacado pelo tudoradio.com.
Novamente, no lote residual (outro nome para o segundo lote) estarão as emissoras que não apresentarem os documentos necessários ou perderem qualquer outro prazo estipulados no primeiro lote, entrando no mesmo processo do chamado "segundo lote". Em resumo: migrantes que possuem canal no FM convencional, mas por algum motivo não tiveram o seu processo concluído no primeiro lote, passarão para os prazos e situações do "segundo lote ou residual".
Redução de potência visando o FM "convencional"
Outro tema complexo abordado na sessão de hoje é quanto a redução de potência (e classe) da migrante para poder ser acomodada no FM convencional. Segundo os estudos realizados pelas entidades, em alguns casos isso será possível. Mas uma regra importante deve ser considerada. Acompanhe o exemplo: uma determinada cidade conta com duas ou mais emissoras migrantes que inicialmente vão operar em FM estendido. Porém existe a possibilidade de uso do FM convencional caso haja a redução de potência das migrantes. A redução e adequação não valerá individualmente, ou seja, todas as migrantes da cidade deverão reduzir a potência para poder operar em FM convencional. Se uma das migrantes não aceitar a redução de potência, todas serão realocadas no FM estendido.
O caso de Belém (PA) é um exemplo desse acordo, mercado que não precisou migrar para a faixa estendida. Porém a capital paraense também é um exemplo de uma nova modalidade para a acomodação das migrantes em FM convencional: o uso do "segundo adjacente" (exemplo: os segundos adjacentes da frequência 100.1 FM são 99.7 FM e 100.5 FM) numa mesma região próxima. Além do acordo entre as emissoras para redução das classes, o uso do segundo adjacente tem liberado espaços no FM convencional para as migrantes.
Simulcasting
É uma das principais dúvidas dos migrantes. O simulcating é a transmissão simultânea em AM e FM para a adaptação da audiência AM em relação à transmissão em FM. Como as emissoras do primeiro lote devem operar em FM convencional (faixa já conhecida pelo público de rádio no Brasil), o tempo de simulcasting será de 180 dias (conforme decisão divulgada em abril de 2016), atendendo assim um pedido de entidades do setor. Já as emissoras do segundo lote e que ocuparão faixas do FM estendido a previsão é de que o simulcasting dure cerca de 5 anos.
AM não será extinto
O serviço de rádios AMs continuará existindo no Brasil. As estações que não solicitaram a migração para o FM poderão continuar no ar em AM. O que será extinto é a categoria de AM local, ou seja, as estações de baixa potência. Das locais que operam em AM e não desejam ir para o FM, deverão migrar para outras categorias de operação na faixa AM (regional e nacional). Das 1781 emissoras locais que atuam na faixa AM, 1300 pediram a migração para a FM.
São Paulo e FM estendido
Boa parte das AMs paulistas que solicitaram a migração para a faixa FM será acomodada para o chamado “FM estendido”, ou seja, a faixa de frequência entre 76.1 FM até 87.5 FM que hoje é utilizada pelos canais 5 e 6 da televisão analógica. Cerca de 30% dos canais paulistas serão acomodados no FM “convencional”, ou seja, a faixa que vai entre 88.1 FM a 107.9 FM. Destaque para as regiões de São José do Rio Preto, Barretos, Catanduva, Lins e Lorena que contarão com AMs acomodadas no FM “tradicional”. Foram 144 migrantes para o FM estendido em São Paulo de 237 estações no processo. Veja também a lista de canais para o FM convencional: clique aqui.
Essa página será atualizada conforme novos fatos sobre a migração sejam publicados pela Redação do tudoradio.com.
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