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sábado, 16 de abril de 2011

A ANTIGA CEIA DOS MINISTROS CADA UM QUERENDO O PAO MAIS QUE O OUTRO

TV TAPEREBA DE CAJAZEIRAS PB O CANALDOS EVENTOS IMAGENS DO VALE DO PIANCO


VIDEOS DA CAMPANHA DO GOVERNADO ELEITO RICARDO COUTINHO

BREVE LANÇAMENTO DO GRANDE JORNAL DO ESTADO

ESPAÇO  DAS CIDADES  = MUNICIDADES = COBERTURA  DAS FESTAS DE PADROEIROS = TABELA  DOS CAMPEONATOS INTERMUNICIPAIS AMADOR  DOS MUNICIPIOS PARAIBANOS  =  ESPAÇO DO POVO  = O  ESPAÇA -RADIO  =  ENFOQUE  POLITICO  = PANORAMA DOS ESTADOS =  BRASIL DOS MEUS BRASIS = PEDAÇOS  DA HISTORIA DE CHICO MOLE  DO SEU LIVRE  QUE SERA LANÇADO EM BREVE = CLASSIFICADOS = O COMERCIO  LIVRE= FOLHA  ESTUDANTIL  ==  ESTAS E  OUTRAS VEM AI NO  JORNAL O GRANDE  ESTADO  QUE  SERA PUBLICADO QUINZENALMENTE.  UMA PRODUÇAO INDEPENDENTE  E ESPAÇO LIVRE PRA OPOSIÇAO E SITUAÇAO COM COMENTARIOS  E O  EDITORIAL QUE REFLETE O PONTO DE VISTA DO POVO......  AGUARDEM  O JORNAL CIRCULARA EM JOAO PESSOA  PB CAMPINA GRANDE PB PATOS  SOUSA  E CAJAZEIRAS PB...
NOSSO  SISTEMA DE  RADIO JORNALISMO  AS CIDADES EM REVISTA ESTARA A QUALQUER MOMENTO EM SUA CIDADE FILMANDO FOTOGRAFANDO  E  ANOTANDO MATERIAS  NA AREA  EXCLUSIVA  ATIVIDADE MUNICIPALISTA.....   AGIARDEM  NOS  JA T EMOS  PARCEIRA COM CARRAPATEIRA PB  QUE ESTE COMPLETA  50 ANOS DE HISTORIA  E JA ESTA QUASE PRONTO UMA MONOGRAFIA DESTE MUNICIPIO  E UM ESPEICIE  DE  RAIO  X DA REALIDADE NUA E CRUA .... VAMOS DESTACAR O FILME  CARRAPATEIRA  NAO TEM INVEJA DO  APOLO  XI...





























































































































































































































































































































































































sexta-feira, 15 de abril de 2011

MENSAGENS BIBLICAS PARA A PASCOA DESTA SEMANA SANTA 2011

Tu, cujo nome é Jeová, somente tu és o Altíssimo sobre toda a terra




louvai ao senhor. Bem aventurado o homem que teme ao senhor, que em seus mandamentos tem grande prazer.

A sua descendência será pederosa na terra: A geração dos justos será abençoada.

Fazendas e riquezas haverá na sua casa, e a sua justiça permanece para sempre.

Aos justos nasce luz nas trevas: ele é piedoso,misericordioso e justo.

Bem irá ao homem que se compadece e empresta: disporá as suas cousas com juízo.

Na verdade que nunca será abalado: o justo ficará em memória eterna.

Não temerá maus rumores: o seu coração está firme, confirmando no senhor.

O seu coração, bem firmado, nao temerá até q ele veja cumprido o seu desejo sobre os inimigos.

È liberal da aos necessitados: a sua justiça permanece para sempre, e sua força de exaltará em glória.

O ímpio verá isto, e se enraivecerá; rangerá os dentes; e se consumirá; o desejo dos ímpios perecerá.





AQUELE que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.

Direi do SENHOR: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei.

Porque ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa.

Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e broquel.

Não terás medo do terror de noite nem da seta que voa de dia,

Nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio-dia.

Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti.

Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios.

Porque tu, ó SENHOR, és o meu refúgio. No Altíssimo fizeste a tua habitação.

Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda.

Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.

Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra.

Pisarás o leão e a cobra; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente.

Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome.

Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei.

Fartá-lo-ei com longura de dias, e lhe mostrarei a minha salvação.





EM ti, SENHOR, confio; nunca seja eu confundido.

Livra-me na tua justiça, e faze-me escapar; inclina os teus ouvidos para mim, e salva-me.

Sê tu a minha habitação forte, à qual possa recorrer continuamente. Deste um mandamento que me salva, pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza.

Livra-me, meu Deus, das mãos do ímpio, das mãos do homem injusto e cruel.

Pois tu és a minha esperança, Senhor DEUS; tu és a minha confiança desde a minha mocidade.

Por ti tenho sido sustentado desde o ventre; tu és aquele que me tiraste das entranhas de minha mãe; o meu louvor será para ti constantemente.

Sou como um prodígio para muitos, mas tu és o meu refúgio forte.

Encha-se a minha boca do teu louvor e da tua glória todo o dia.

Não me rejeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se for acabando a minha força.

Porque os meus inimigos falam contra mim, e os que espiam a minha alma consultam juntos,

Dizendo: Deus o desamparou; persegui-o e tomai-o, pois não há quem o livre.

Ó Deus, não te alongues de mim; meu Deus, apressa-te em ajudar-me.

Sejam confundidos e consumidos os que são adversários da minha alma; cubram-se de opróbrio e de confusão aqueles que procuram o meu mal.

Mas eu esperarei continuamente, e te louvarei cada vez mais.

A minha boca manifestará a tua justiça e a tua salvação todo o dia, pois não conheço o número delas.

Sairei na força do Senhor DEUS, farei menção da tua justiça, e só dela.

Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha mocidade; e até aqui tenho anunciado as tuas maravilhas.

Agora também, quando estou velho e de cabelos brancos, não me desampares, ó Deus, até que tenha anunciado a tua força a esta geração, e o teu poder a todos os vindouros.

Também a tua justiça, ó Deus, está muito alta, pois fizes

MILITAR não entra: AVANÇA.

MILITAR não entra: AVANÇA.


MILITAR não pode: TEM PERMISSÃO.

MILITAR não come: ARRANCHA.

MILITAR não dorme: TORA.

MILITAR não relaxa: ACOCHAMBRA.

MILITAR não adoece:BAIXA.

MILITAR não anda: SEM CADENCIA MARCHE.

MILITAR não desfila: MARCHA.

MILITAR não se arrasta: RASTEJA no 1º processo.

MILITAR não se agrupa: FICA COBERTO E ALINHADO.

MILITAR não se protege: FICA COBERTO E ABRIGADO.

MILITAR não se esconde: SE CAMUFLA .

MILITAR não tem tarefa: TEM MISSÃO.

MILITAR não tem carro: TEM VIATURA.

MILITAR não pratica esportes: PRATICA TPM.

MILITAR não tem alarme: TEM PDA.

MILITAR não é burro: É BIZONHO.

MILITAR não erra: CAGA-PAU.

MILITAR nao vai embora: SEGUE DESTINO.

MILITAR nao faz bagunça: TOCA O ZARALHO.

MILITAR nao tem dica: TEM BIZÚ !

MILITAR não caminha: PATRULHA!

MILITAR não tem amigo: TEM PARCEIRO COMO VCS!!!!

O ANALFA E O POLITICO MESMO

O ANALFABETO POLÍTICO




O pior analfabeto é o analfabeto político.

Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.



Ele não sabe que o custo de vida,

o preço do feijão, do peixe, da farinha,

do aluguel, do sapato e do remédio

depende das decisões políticas.



O analfabeto político é tão burro

que se orgulha e estufa o peito

dizendo que odeia a política.



Não sabe o imbecil que,

da sua ignorância política

nasce a prostituta, o menor abandonado,

o assaltante e o pior de todos os bandidos,

que é o político vigarista, pilantra,

o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.



(Bertolt Brecht)

SER JORNALISTA E TAMBEM TRABALHAR PARA A SUA FAMILIA ???

Jornalistas...





E Eles costumam ler muito, e discutir mais ainda. Eles têm o dom da palavra e opinião formada para quase tudo. São curiosos e tendem a ser falantes. Fogem da rotina, querem novidade, novos personagens que constróem a história nossa de cada dia. Ser jornalista é andar de um lado pro outro, carregando a sempre aliada agenda de contatos. Eles trabalham até de noite. E às vezes nos sábados e domingos também. Eles trabalham sob pressão, do relógio, do chefe e da população. Eles cultuam o bom português, buscam detalhes que ninguém vê, eles têm visão crítica, treinada. Eles também investigam, narram, escrevem. Eles não são artistas, mas muitas vezes vistos como tal, não são autoridades, mas são conhecidos como 4° poder. Eles não têm o direito de errar! Jornalismo; profissão ou destino?

CENTRASERT CENTRO TRADICIONAL DO SERTAO COBERTURA EVENTOS RELIGIOSOS































quinta-feira, 7 de abril de 2011

SOBRE FRANGOS NESTA CIDADE PROCURE OS MELHORES RESTAURANTES

Enroladinho de Frango - Frango Nota 10 Simplesmente Milena














Rceita do Programa Mais Você





1 kg de filezinho de peito de frango

Sal e pimenta-do-reino a gosto

2 dentes de alho ralados

12 fatias finas de presunto

12 fatias finas de queijo mussarela

500 ml de molho de tomate misturado com 200 ml de água

1 lata de creme de leite com o soro misturada com uma lata de leite de vaca

1 lata de milho verde escorrida

1 copo de requeijão (240 g)

2 colheres (sopa) de farinha de trigo

100g de queijo ralado

Salsinha bem picadinha a gosto



Modo de Preparo



Tempere os filezinhos de frango com o sal, pimenta-do-reino a gosto e os dentes de alho pisados.



Faça os rolinhos da seguinte maneira. Pegue 1 fatia de

presunto, corte ao meio no sentido do comprimento e coloque 1 fatia de mussarela em cima dela.(Corte também a fatia de muzzarela ao meio no sentido do comprimento.

Sobre a mussarela coloque um filezinho de frango e

enrole no sentido do comprimento. (OBS: O presunto fica por

fora). Faça isso com todas as outras fatias e filezinhos de

frango. Reserve.



À parte misture o molho de tomate temperado com a água e coloque

metade desta mistura num refratário retangular . Disponha,

bem juntinhos, os rolinhos de frango sobre a mistura de molho

com água. Sobre os rolinhos, coloque a outra metade da mistura de

molho de maneira que fiquem bem cobertos.



Cubra o refratário com papel alumínio e leve ao

forno pré-aquecido para cozinhar 25 minutos.



Enquanto isso passe no liqüidificador a lata de creme de

leite com soro, a lata de milho verde escorrido, o requeijão, a farinha de trigo e o leite de vaca. Prove o sal. Se necessário acrescente mais.

Reserve.



Retire o refratário do forno. Se notar que há muito caldo, retire um pouco. Espalhe o creme de milho sobre os canelones e o molho

Salpique generosamente o queijo ralado e a salsinha. Leve novamente ao forno até gratinar.

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SOBRE PEXIES FRITADOS

Peixe Gratinado Simplesmente Milena






Ingredientes:



800 g de filés de peixe, suco de 1 limão, 1/2 xícara (chá) de farinha de trigo, óleo para fritura, 200 g de mussarela, 4 colheres (sopa) de requeijão, 3 colheres (sopa) de queijo ralado.



Molho:



2 colher (sopa) de manteiga, 1 cebola média picada, 1/2 pimentão verde, picado (opcional), 1 xícara de leite, 1 colher (sopa) rasa de farinha de trigo, 1 lata de creme de leite sem soro (300 g).



Preparo:



Tempere os filés com o limão e sal. Deixe tomar gosto por 1 hora. Enquanto isso, prepare o molho: em uma panela média Coloque a manteiga e leve ao fogo alto para aquecer. Junte a cebola, refogue por cerca de 3 minutos ou até murchar. Acrescente o pimentão e deixe cozinhar, em fogo médio, com a panela semitampada. Adicione o leite de coco e a farinha de trigo, previamente dissolvida . Cozinhe em fogo médio por mais 5 minutos, mexendo ocasionalmente, até ferver bem. Junte o creme de leite e reserve. Passe os filés de peixe pela farinha de trigo, e frite-os no óleo quente por 2 minutos de cada lado, ou até dourar. Escorra. Em um refratário retangular, faça camadas começando com metade do molho, e em seguida disponha os filés, metade do mussarela, o molho e a mussarela restantes. Misture o restante do molho com o requeijão e disponha a última camada. Polvilhe o queijo ralado. Leve ao forno médio (180 graus), pré-aquecido, por 15 minutos ou até gratinar.

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BOLO DE CENOURA

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Receita enviada por Marina



•3 ovos•3 cenouras grandes (cozidas com casca)•2 xícaras de farinha de trigo•3/4 xícara de óleo•2 xícaras de açúcar•1 col. de sopa cheia de fermentoModo de preparo:Bater tudo no liquidificador.Untar a fôrma com óleo (caso seja alérgico) e farinha de trigoForno médio por 35 minutos.



CALDA DE CHOCOLATE



1 copo (requeijão) de água1 copo de açúcar1/2 copo de chocolate em pó (cacau)



Vai ao fogo até ficar ponto de fio, demora bastante!Poderá também gostar de:

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ENROLADINHO DE BANANA APRENDA A FAZER COMIDAS

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Fiz e amei!!!!







Ingredientes

-10 fatias de pão de forma

-10 bananas prata (ou maçã ou nanica)

-1 pote de doce de leite (400 g)

-1/2 copo (tipo requeijão) de leite (100 ml)

- açúcar e canela em pó a gosto para polvilhar



Modo de Preparo



1 - Afine as fatias de pão com um rolo de macarrão, uma a uma. Passe o doce de leite em

uma das faces do pão, em cada fatia coloque uma banana e enrole.( Eu assei um pouco a banana, com casca, no forno por uns 20 minutos. Gosto mais da banana cozida.)





2 - Com o auxilio de uma colher umedeça cada rolinho com um pouco de leite (não muito para

não amolecer). Passe os rolinhos na mistura de açúcar com canela.





3 - Em cada extremidade coloque um pouco de doce de leite para que a banana não escureça.

Asse em forno médio pré-aquecido por +/- 20 minutos. Se quiser incrementar sirva com

sorvete, é uma delícia.

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domingo, 3 de abril de 2011

OUTRO COMENTARIO SOBRE O JAPAO

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Japão: Pobres após a recessão, o terremoto, o tsunami

Duas semanas após o terramoto que deixou mais de oito mil mortos e dezenas de milhares de desabrigados, o Japão enfrenta a monumental tarefa da reconstrução. Por Suvendrini Kakuchi, para a IPS

Artigo
3 Abril, 2011 - 00:40



Aeroportode Sendai depois do tsunami. Foto de robertodevido

Tóquio - Quando a região japonesa de Tohoku foi sacudida pelo terremoto do dia 11, a única coisa em que pensou a comerciante Yayoko Shinohara foi pegar na féria do dia e correr com o seu marido à procura de um lugar seguro.



Quando regressaram, dois dias depois, esse dinheiro era o único que lhes restava.



O casal era proprietário de uma loja de alimentos na principal rua comercial do povoado de Manie, que ficou cheia de escombros. E a sua casa, a mais de três quilómetros, estava em ruínas após o tsunami que arrasou a área. “Há décadas trabalhamos duro para ter uma vida estável, e desapareceu em poucos minutos. O nosso futuro é incerto”, disse Yayoko à IPS, enquanto esperava na fila para se registar num abrigo temporário. Duas semanas após o terramoto de 9 graus que deixou mais de oito mil mortos e dezenas de milhares de pessoas desabrigadas, o Japão enfrenta a monumental tarefa de reconstruir povoados e cidades que ficaram em ruínas e deixaram milhares de desempregados.



A solução para muitos economistas é impulsionar a recuperação com fundos estatais, o que, segundo o consultor Shigeru Yamada, não é fácil nem mesmo para a terceira economia mundial, que já tinha dificuldades com o aumento da pobreza, relacionada com um desemprego superior a 5% da população economicamente activa. “O desastre foi um duro golpe para o crescimento económico do Japão”, ressaltou.



A crescente dívida pública, maior do que o dobro do produto interno bruto de 5 biliões (milhões de milhões) de dólares, é outro obstáculo para a injecção de fundos estatais. O custo do prejuízo causado pelo terramoto em sete municipalidades chega a 309 mil milhões de dólares, informou esta semana o governo, alertando que as exportações e a produção industrial vão diminuir. O crescimento previsto para este ano é de 0,5%. A previsão oficial está acompanhada de relatórios sobre a péssima situação da indústria na região de Tohoku.



As fábricas de autopeças tiveram de suspender a produção pela escassez de electricidade e as fazendas destroem culturas contaminados pela radiação emitida pelas centrais nucleares de Fukushima. Além da população de Tohoku, directamente afectada pelo terremoto e pelo tsunami, os mais pobres vão sentir o impacto do desastre, pois já sofriam as consequências da recessão económica do Japão, segundo cientistas sociais.



O governo metropolitano de Tóquio informou que 15% dos nove milhões de habitantes dependem da assistência. Mais de dois milhões de famílias recebem ajuda estatal, segundo estatísticas divulgadas em Janeiro, depois que as empresas reduziram custos em reestruturações para se tornarem competitivas com produtos mais baratos do que outros países asiáticos. O rosto da pobreza no Japão muda porque pessoas com formação de todas as idades estão em situação vulnerável, explicou o sociólogo Soji Tanaka, da Universidade de Nihon. As previsões não são boas, já que o gasto social pode reduzi-las mais. “A pobreza é um problema social, mas o futuro dos gastos sociais é incerto, pois são necessários fundos para ajudar as áreas afectadas pelo terremoto”, afirmou Soji.



No Japão há 17% de pessoas pobres, ou seja, que recebem 18 mil dólares por ano e por família. O sinal de alerta pode ser o anúncio do governo de que vai rever a ajuda de 150 dólares para os filhos, que no ano passado foi ampliada para ajudar as famílias com crianças com menos de três anos, disse Soji. A situação é “grave” e significa um “retrocesso” para a agricultura e a pesca, a coluna vertebral da economia regional, afirmou, por sua vez, Seishi Kitamura, presidente do Banco de Tohoku.



“Perdi tudo o que tinha na vida”, afirmou Shuichi Iwadoki, dono de uma companhia pesqueira que espera receber do governo um empréstimo a juros baixos para criar outra empresa em Kesenuma, localidade perto de Fukushima. A beneficência, fenómeno novo na sociedade japonesa, que aumentou no ano passado pela crise económica, também se tornou uma fonte importante de fundos para a recuperação, segundo doadores locais. “Começámos com a iniciativa porque o Estado não pode fornecer fundos suficientes para os mais necessitados”, afirmou Yuko Sie, porta-voz do Fundo Máscara de Tigres, uma instituição benemérita que ajuda jovens pobres. “Os japoneses têm de aprender a confiar entre si para sobreviver”, ressaltou.



30/3/2011

TV AREA NA COBERTURA DA GUERRA NA LIBIA UMA PENA ASSISTA OS TERRORES BARBAROS DA GUERRA NO ORIENTE MEDIO EM TEMPO REAL

DILMA SEGUIRA OS NESMOS PASSOS DE LULA VEJA ENTREVISTA A UM GRANDE ECONOMISTA


''Pobre Brasil! Durante muito tempo ficaremos sem transformações estruturais''. Entrevista especial com Reinaldo Gonçalves

"O governo Dilma seguirá a mesma linha do governo Lula via arranjos com as oligarquias, os bancos, as grandes empreiteiras e o setor de agronegócio. Não houve qualquer transformação relevante nas relações, estruturas e processos políticos no Brasil nos anos Lula. O mesmo ocorrerá no governo Dilma", avalia o economista.



Confira a entrevista.











O economista Reinaldo Gonçalves não vê mudanças estruturais na política econômica do atual governo e menciona que os próximos quatro anos serão de continuidade da gestão Lula



As primeiras medidas econômicas adotadas pela presidente Dilma Rousseff são decorrentes, na avaliação do economista Reinaldo Golnçalves, da “herança nefasta de Lula”. Segundo ele, Dilma mantém a “síndrome de prefeito do interior”, quer dizer, faz ajuste fiscal nos primeiros anos do governo para sobrar dinheiro próximo às eleições. Gonçalves também critica a atual política de reajuste do salário mínimo, que eleva o valor de acordo com a taxa de crescimento dos dois anos anteriores. “O reajuste do salário mínimo no início do ano deve incorporar expectativas quanto à evolução macroeconômica do país (crescimento e inflação) no ano em curso”, assinala.



Em entrevista à IHU On-Line, concedida por e-mail, o economista também comenta a criação do grupo China, anunciado recentemente, e lamenta: “a criação de grupo de estudos dentro do Executivo é um indicador de que nada de relevante será feito”. Para ele, a relação bilateral China/Brasil “reproduz o modelo centro/periferia”. E argumenta: “O que a China quer é controlar fontes fornecedoras de matérias-primas e criar mercados para seus bens e serviços de alto valor agregado”.



Reinaldo Gonçalves é formado em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Obteve o título de mestre em Economia, pela Fundação Getúlio Vargas - FGV-RJ, e de doutor em Letters And Social Sciences pela University of Reading, na Inglaterra. Atualmente, leciona na UFRJ. É autor de Economia internacional. Teoria e experiência brasileira (Rio de Janeiro: Elsevier, 2004) e Economia política internacional. Fundamentos teóricos e as relações internacionais do Brasil (Rio de Janeiro: Elsevier, 2005).



Confira a entrevista.



IHU On-Line - As primeiras ações de Dilma depois de assumir a presidência foram ajuste fiscal e aumento dos juros. O que isso significa e demonstra em relação à economia brasileira?



Reinaldo Gonçalves - A questão central é a herança nefasta de Lula. As primeiras ações de Dilma demonstram três elementos. O primeiro é que o ajuste em 2010 agravou desequilíbrios macroeconômicos (contas externas, endividamento das famílias e empresas, bolha de preços de imóveis, pressão inflacionária, etc.). O segundo é que este ajuste foi influenciado enormemente pelo oportunismo do governo Lula em ano de eleições gerais. E o terceiro é que no governo Dilma é mantida a “síndrome de prefeito do interior”. Ou seja, arrocho nos dois primeiros anos de governo e extrema liberalidade no final do mandato. Assim, comprime-se a base para se obter resultados mais visíveis no período de reeleição. Em resumo, é a captura da gestão macroeconômica pelo oportunismo eleitoral. É o nosso problema estrutural de combinação de oportunismo político-eleitoral com instituições fracas e sociedade invertebrada. Como parte da herança nefasta de Lula não houve qualquer mudança a respeito deste problema. Muito pelo contrário.



IHU On-Line - Por quais motivos o crescimento tende a cair de 7,5% para 4 ou 5% este ano?



Reinaldo Gonçalves - O forte crescimento econômico em 2010 permitiu a reversão da recessão provocada pela crise global ao mesmo tempo em que foi funcional para os grupos políticos dirigentes, tendo em vista o ciclo eleitoral. Por outro lado, há o agravamento dos desequilíbrios macroeconômicos. Além da pressão inflacionária, verifica-se a forte deterioração das contas externas. Passado o período de eleições, os desequilíbrios macroeconômicos são, então, enfrentados com as medidas ortodoxas de políticas monetárias, creditícia e fiscal restritivas. Em consequência, a expectativa é de não sustentabilidade de elevadas taxas de crescimento do PIB no médio prazo. O Fundo Monetário Internacional - FMI, por exemplo, tem como previsão para o Brasil crescimento real do PIB pouco superior a 4,0% em 2011-12. Ainda segundo as previsões do FMI, o Brasil deve ocupar posições próximas da média e medianas mundiais. As taxas previstas para 2011-12 estão próximas da média do governo Lula (4,0%) e estão abaixo da média secular do país (4,5%). No futuro próximo, a expectativa é de fraco desempenho pelos padrões históricos do Brasil e nenhum avanço na posição internacional. Estes fatos tornam-se ainda mais graves com a trajetória de piora evidente das contas externas, com fortes desequilíbrios de fluxo e de estoque; ou seja, vulnerabilidade externa. Trata-se, aqui, de parte da herança nefasta de Lula.



IHU On-Line - O senhor é autor de um estudo sobre a evolução da renda no governo Lula em comparação com a perspectiva histórica. Quais suas conclusões? A partir desses dados, quais as perspectivas para os próximos anos do governo Dilma?



Reinaldo Gonçalves - A análise da evolução da renda do Brasil durante o governo Lula nos permite chegar às seguintes conclusões: 1) fraco desempenho pelos padrões históricos do país; 2) muito fraco desempenho quando comparado com outros presidentes; 3) país fortemente atingido pela crise global em 2009; 4) o processo de ajuste frente à crise global foi influenciado significativamente pelo ciclo eleitoral e oportunismo político em 2010 e não se sustenta em 2011-12; e, 5) retrocesso relativo no conjunto da economia mundial. Este trabalho pode ser acessado em .



Perspectivas



Sem dúvida alguma há continuidade. É mais do mesmo. A única vantagem é não sofrermos o tsunami diário de hipocrisia e cinismo do Lula. Vale notar que Dilma foi escolhida mais pelos seus defeitos do que por eventuais virtudes. Foi escolhida por ter se mostrado como, talvez, a mais dócil serviçal no governo em que Lula era o centro do poder. Lula mandava e o resto obedecia. Ela é e será uma presidenta frágil, sem uma base própria de poder. O poder para ser efetivo tem que ser conquistado. O poder recebido é raso, oco, simbólico.



Alguns elementos apontam nesta direção:



1) Dilma era totalmente desconhecida antes de ser levada por Lula para Brasília em 2003;



2) ela foi escolhida a dedo por Lula para ser candidata à presidência da República, isto é, ela não disputou esta escolha;



3) os escabrosos arranjos políticos para obtenção de apoio das oligarquias e partidos foram costurados por Lula e pelos articuladores subordinados a Lula;



4) o próprio esquema da campanha milionária à presidência estava fora do alcance de Dilma;



5) toda a força política real da presidência da República é mediada por figuras que Lula indicou para cargos-chave no executivo federal e que são, praticamente, seus serviçais;



6) Dilma está fora do comando das articulações com o congresso, as centrais sindicais, as oligarquias, os bancos, o agronegócio, o núcleo duro do grande capital e os partidos que se tornaram empresas por cotas limitadas (controlados por grupos dirigentes que são dublês de mercadores); e



7) Lula continuará controlando o caixa e os esquemas de financiamento do PT, que são fundamentais não somente para controlar o próprio PT como para o financiamento de campanhas eleitorais regadas a dinheiro.



Para Dilma sobrará o simbolismo do poder. Um dos riscos é que, no contexto de grave crise econômica, eclodam sérios problemas de governança e governabilidade. A fragilidade estrutural de Dilma será sempre travestida pela alegoria da eficiência burocrática e administrativa. A instituição presidência da República invertebrada, fragilizada e travestida de eficiência burocrática é parte da herança nefasta de Lula.



IHU On-Line - O senhor diz que ela será uma presidente sem base própria de poder. Mas o que explica, então, o apoio que recebeu na decisão do aumento do salário mínimo?



Reinaldo Gonçalves - Na história do Brasil podemos identificar presidentes relativamente frágeis e fortes levando em conta a base própria de poder, inclusive, características pessoais. Tomemos o passado recente: na lista dos presidentes relativamente fracos temos Sarney, Itamar e Dilma. Na lista dos presidentes relativamente fortes temos Collor (símbolo de modernização e carisma), Fernando Henrique (intelecto) e Lula (símbolo de mudanças).



Quanto à questão do salário mínimo não se esqueçam que foi uma negociação dura, inclusive, o governo usou o neopeleguismo da CUT contra as outras centrais sindicais e fez compensações. Quando se afirma que a presidente é relativamente fraca não significa que o governo seja fraco, principalmente quando se trata de lidar com grupos sociais e grupos de interesses que são facilmente cooptáveis, como é o caso do atual sindicalismo brasileiro. Não podemos esquecer, ainda, que o governo central no Brasil é hegemônico porque a sociedade civil é frágil, invertebrada. E, ademais, nunca antes na história o peleguismo foi tão marcante.



IHU On-Line – Mudanças no cenário internacional exigirão que tipo de política econômica do governo Dilma? Como vê a questão da exportação de commodities, por exemplo?



Reinaldo Gonçalves - O governo Dilma seguirá a mesma linha do governo Lula via arranjos com as oligarquias, os bancos, as grandes empreiteiras e o setor de agronegócio. Não houve qualquer transformação relevante nas relações, estruturas e processos políticos no Brasil nos anos Lula. O mesmo ocorrerá no governo Dilma. Os setores dominantes (com destaque para o das commodities) beneficiaram-se dos elevados e favoráveis financiamentos do Banco do Brasil e do BNDES. Simplesmente pelo valor simbólico, vale mencionar que, no fechamento das contas da campanha da Dilma, um dos maiores exportadores de soja do país contribuiu pessoalmente com um cheque de um milhão de reais. Quanto à elevação dos preços das commodities há uma saída simples: imposto de exportação. Além do efeito fiscal favorável, o imposto sobre a exportação de commodities aumenta a oferta para o mercado interno e, portanto, tem impacto favorável sobre a inflação.



Naturalmente, Dilma não pretende contrariar os interesses de um setor dominante que, além de financiar campanhas regadas com dinheiro, controla partidos políticos, governos estaduais e municipais, e tem grande base no Congresso Nacional (a chamada bancada ruralista). A reprimarização da economia brasileira e os arranjos com as oligarquias regionais expressam e reforçam estruturas, processos e relações políticas retrógradas.



IHU On-Line - Como o senhor vê os anúncios de investimentos no PAC, considerando o risco de inflação e a perspectiva de crescimento menor?



Reinaldo Gonçalves - O PAC tem sido, desde a sua criação em 2007, uma colcha de retalhos, ou seja, um conjunto frouxo de projetos. Na realidade, é uma lista de projetos, além de ser um balcão para realização de arranjos político-eleitorais. O resultado do PAC é pouco significativo. Vejamos: a taxa de investimento medida em preços correntes foi de 17% no governo FHC (1995-2002), 16% no primeiro mandato de Lula (2003-06) e 18% (no segundo mandato, ou seja, a partir do PAC). Portanto, a média da taxa de investimento do governo Lula (17%) é idêntica à do governo FHC. Ou seja, ambos tiveram desempenho medíocre em termos de taxa de investimento.



A melhora da taxa de investimento com o PAC é inexpressiva (um ponto de percentagem em relação à média do governo FHC). De fato, tirando Petrobrás, o PAC é praticamente inexpressivo. Certamente, se tirarmos os investimentos do pré-sal do cálculo, a taxa média de investimento do governo Lula é, além de medíocre, inferior à observada no governo FHC. O problema com o petróleo é que ele é a base da quarta revolução tecnológica que surgiu há exatamente um século. No século XXI, já estamos na sexta revolução tecnológica e o Brasil está focado nas prioridades do início do século passado.



IHU On-Line – Qual sua opinião a respeito da criação do grupo China?



Reinaldo Gonçalves - A criação de grupo de estudos dentro do Executivo é um indicador de que nada de relevante será feito. A relação bilateral China/Brasil já foi bem estudada e o principal resultado é que esta relação reproduz o modelo centro/periferia. Ou seja, a China é centro e o Brasil é periferia. A China apresenta-se como altamente competitiva e exportadora de bens e serviços intensivos em tecnologia, capital, mão-de-obra qualificada e alto valor agregado, enquanto o Brasil destaca-se como exportador de produtos primários. Ou seja, no século XXI o Brasil terá com a China o mesmo tipo de relação que ele tinha com o Reino Unido no século XIX e com os Estados Unidos no século XX. Com Lula, o Brasil consolida sua vocação para ser um vagão de terceira classe atrelado a locomotivas ou, pior ainda, como atualmente, a um vagão de primeira classe (China). É o Brasil andando para trás e comprometendo sua capacidade de desenvolvimento dinâmico e sustentável no longo prazo com investimentos focados em agronegócio, mineração e petróleo, e, portanto, desindustrialização e reprimarização.



IHU On-Line - É possível exigir do Brasil uma postura diferente do que a de exportador de commodities, considerando que isso que faz parte da raiz histórica do país? Como seria possível investir em setores mais dinâmicos?



Reinaldo Gonçalves - Este argumento tem sido usado desde o século XVI. O fato é que temos raízes apodrecidas. Desenvolvimento é transformação estrutural. Se os Estados Unidos tivessem se concentrado na exportação de commodities (fumo, algodão, etc.) após a independência, talvez, hoje eles fossem algo como o Brasil. Já no final do século XVIII os estadistas nos EUA definiram claramente a estratégia de industrialização. Era necessário que houvesse ruptura com o sul que era escravagista e primário-exportador.



Foi preciso uma guerra civil (1861-65) para romper a resistência de setores retrógrados, libertar 3,5 milhões de escravos e iniciar o salto dos EUA para o desenvolvimento econômico, social, político e institucional. Em pleno século XXI no Brasil, além das mazelas do atraso econômico, social, político e institucional, temos tido um nítido retrocesso intelectual, visto que os graves entraves ao desenvolvimento colocados por estruturas de produção dominadas pelo setor de commodities têm sido desprezados.



Nos anos 1930, o debate era mais inteligente. Como alguém pode, seriamente, pensar que o Brasil é o celeiro do mundo, que a China depende dos nossos produtos primários e que algumas commodities (por exempolo, etanol) não são commodities? Esse retrocesso intelectual também é parte da herança nefasta do governo Lula.



IHU On-Line – Muitas empresas chinesas são estatais e investem em outros

países. O que representa, digamos assim, a intervenção direta de um Estado, no caso o Estado Chinês, em outro país?



Reinaldo Gonçalves - A China está usando no Brasil a mesma estratégia que ela usa em outros países da América do Sul, da África e da Ásia. A China trata o Brasil como trata Angola. O que a China quer é controlar fontes fornecedoras de matérias-primas e criar mercados para seus bens e serviços de alto valor agregado. Na realidade, a China está usando no século XXI a mesma estratégia das potências imperiais desde pelo menos os séculos XVI-XVII. E o Brasil entra nesta estratégia como mais um ator coadjuvante fornecedor de matérias-primas. Para se apropriar de tecnologia ou obter maior controle sobre a produção, a China compra empresas, monta alianças estratégicas ou força a criação de join-ventures (como é o caso da Embraer). Nada de perplexidade se daqui a alguns poucos anos a joint-venture da Embraer na China for comprada pelos chineses e passar a competir com a Embraer brasileira no mercado mundial. Portanto, temos aqui mais um exemplo da herança nefasta do governo Lula: no contexto da reprimarização, há internacionalização de empresas brasileiras, perda de controle sobre estas empresas, e perda de competitividade internacional do país.



IHU On-Line – Que avaliação faz do reajuste do salário mínimo?



Reinaldo Gonçalves - A fórmula de reajuste do salário mínimo é burra. O reajuste do salário mínimo no início do ano deve incorporar expectativas quanto à evolução macroeconômica do país (crescimento e inflação) no ano em curso. Não faz sentido atrelar o ajuste à taxa de crescimento de dois anos atrás e à inflação do ano anterior. Provavelmente usaram este método inapropriado pela sua simplicidade; só que neste caso a simplicidade só complica. Era estratégia dominante no governo Lula seguir a linha de menor resistência que, frequentemente, não é a mais apropriada. Há muitos exemplos dessa estratégia de linha de menor resistência: reprimarização, Bolsa Família, câmbio apreciado etc.



Provavelmente, Dilma manterá e, até mesmo, reforçará esta herança. Pobre Brasil! Durante muito tempo ficaremos sem transformações estruturais. Durante muito tempo os problemas estruturais, os vícios e as vulnerabilidades do país continuarão se agravando. E, durante muito tempo, os atuais grupos dirigentes e os seus intelectuais de algibeira (movidos por gratificações das consultorias e expectativas de ambos) argumentarão que os realistas são pessimistas e que o otimismo que eles professam não deriva da combinação de ignorância, venalidade, malandragem e pusilanimidade. Em síntese, não faltam exemplos da herança nefasta de Lula.



Para ler mais:



ESCRAVIDAO NO BRASIL AINDA EXISTE

Trabalho escravo é encontrado na cadeia da Pernambucanas






Grupo de imigrantes sul-americanos submetidos a condições análogas à escravidão foi flagrado costurando blusas da coleção Outono-Inverno da Argonaut, marca jovem ligada às centenárias lojas Pernambucanas.



A reportagem é de Bianca Pyl e publicada pela Agência Repórter Brasil, 02-04-2011.



A casa branca, localizada em uma rua tranquila da Zona Norte da capital paulista, não levantava suspeita. Dentro dela, no entanto, 16 pessoas vindas da Bolívia viviam e eram explorados em condições de escravidão contemporânea na fabricação de roupas.



O grupo costurava blusas da coleção Outono-Inverno da Argonaut, marca jovem da tradicional Pernambucanas, no momento em que auditores fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE/SP) chegaram ao local.



Entre as vítimas, dois irmãos com 16 e 17 anos de idade e uma mulher com deficiência cognitiva. No local, a fiscalização constatou a degradação do ambiente, jornada exaustiva de trabalho e servidão por dívida, três traços que caracterizam o trabalho análogo ao de escravo - crime previsto no Art. 149 do Código Penal. As vítimas trabalham mais de 60 horas semanais para receber, em média, salário de R$ 400 mensais.



Descobriu-se que a encomenda das peças havia sido feita pela intermediária Dorbyn Fashion Ltda. - um entre os mais de 500 fornecedores da tradicional rede de lojas. O flagrante, registrado em 14 de março, motivou o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) a cobrar cerca de R$ 2,3 milhões da Pernambucanas, soma dos valores referentes a autuações com a notificação para recolhimento do Fundo de Garantia pelo Tempo de Serviço (FGTS).



A Repórter Brasil acompanhou a operação comandada pela SRTE/SP. O cenário encontrado de condições degradantes apresentava diversos riscos à saúde e segurança das vítimas. Não há janelas ou qualquer tipo de ventilação no espaço apertado e quente. A insalubridade, a precariedade e o improviso marcavam tanto os ambientes de trabalho quanto os de descanso.



Alimentos eram armazenados de forma irregular: além da bandeja de iogurte dentro da gaveta, a inspeção se deparou com carnes estragadas. A sofrível estrutura não permitia nem banhos com água quente.



As jornadas de trabalho eram exaustivas, sem pagamento de horas extras. Os "salários" não alcançavam o salário mínimo e muito menos o piso da categoria. Também foram recolhidas anotações referentes a descontos irregulares, artifício comum dentro do esquema de servidão por dívida. As passagens de ônibus para o Brasil eram "pagas" com trabalho intenso de costura.



Na chegada da equipe de fiscalização, os trabalhadores deixaram transparecer a apreensão. "Medo de ter que ir embora sem nada", disse um deles. Um costureiro interrompe o depoimento do outro e poucos falam abertamente sobre as condições em que vivem. Mesmo assim, Joana** relatou que "quanto mais rápido se trabalha, mais se pode ganhar". Ela e seus companheiros de trabalho não tinham, contudo, acesso ao controle de sua produção e nem quanto receberia por peça. As jovens nunca viram as roupas que produzem na loja e nunca compraram nada nas lojas Pernambucanas.



A primeira pergunta que Joana** fez às autoridades presentes veio de chofre: "Eu posso estudar?". A jovem sempre alimentou o sonho de cursar - em sentido inverso percorrido por muitos brasileiros que estudam na Bolívia para se tornar médicos - uma faculdade de Medicina no Brasil.



Ela contou já ter feito o curso preparatório em seu país. A jovem chegara em São Paulo (SP) apenas um mês antes do flagrante. Um táxi teria sido encarregado de trazê-la da rodoviária diretamente até a discreta oficina. Na cidade de El Alto, vizinha à capital La Paz, Joana** consertava telefones celulares.



A investigação que chegou até o local começou em agosto do ano passado, quando outra oficina que empregava imigrantes sem documentos e em condições degradantes foi flagrada costurando vestidos Vanguard, marca feminina adulta da Pernambucanas - a Repórter Brasil também acompanhou esta ação e publicará, em breve, outra reportagem com mais detalhes da operação passada.



A partir de então, auditores e auditoras da SRTE/SP decidiram aprofundar as investigações para verificar a eventual repetição das ocorrências constatadas na confecção das peças da Vanguard em outras oficinas irregulares e para coletar subsídios adicionais para embasar as conclusões oficiais.



A fiscalização teve acesso ao pedido de compra do lote (2.748 peças) do "casaco longo moletom - tema Romance Gótico", da Argonaut, que os libertados costuravam no momento da ação. As Pernambucanas pagariam R$ 33,50 por cada peça à Dorbyn e venderia a mesma por R$ 79,90. O valor pago pela Dorbyn por cada blusa à oficina de costura era de R$ 4,30.



Riscos



Em dois cômodos pequenos, pelo menos oito máquinas estavam sendo utilizadas. Uma das paredes apresentava rachaduras. No teto, a cobertura de plástico estava cedendo. A única janela dava acesso a um dos quartos e estava fechada, com uma costureira trabalhando de costas. Esse ambiente era frequentado por três crianças.



Os auditores da área de Saúde e Segurança do Trabalho interditaram a oficina porque havia grave e iminente risco à vida dos trabalhadores. A lista de problemas começava com a rede elétrica, instalada de forma irregular, com os fios elétricos expostos.



"Nós verificamos o uso excessivo de benjamins - prática que não é permitida porque causa uma sobretensão muito grande. E o risco de curto e, consequentemente, de incêndios era alto", explicou Rodrigo Vieira Vaz.



Não havia extintor de incêncio ou rota de fugas no local. Os tecidos, que são materiais inflamáveis, ficam espalhados pelo chão da oficina, dificultando até a circulação das pessoas.



A iluminação do ambiente era imprópria e, segundo avaliação dos técnicos, poderia acarretar em problemas na visão dos costureiros e costureiras. A Norma Regulamentadora 17 (NR-17) prevê iluminação especifica para este tipo de trabalho.



As cadeiras utilizadas não tinham nenhuma regulagem: eram bancos sem encostos. Até mesmo uma caixa de papelão servia para assento de um dos trabalhadores. O uso de cadeiras inadequadas pode acarretar problemas na coluna ou músculo-esquelético.



A exposição a lesões e acidentes era latente. As correias das máquinas não tinham proteção alguma. "A correia pega velocidade com o acionamento das máquinas e pode até decepar um dedo", exemplifica Teresinha Aparecida Dias Ramos, médica e auditora fiscal que fez parte da equipe de operação. Para ela, a probabilidade de proliferação de doenças era muito grande por conta da falta de higiene e de ventilação.



A fiscalização encontrou alimentos vencidos na geladeira da oficina. A cozinha era suja e minúscula. Não havia mesas ou cadeiras para que os empregados pudessem fazer as refeições com um mínimo de conforto.

As instalações sanitárias também eram sujas e insuficientes para a quantidade de costureiros e costureiras. Os banheiros exalavam odor forte e asqueroso. O único chuveiro elétrico estava desligado por causa da sobrecarga de energia elétrica da oficina, com fiações cortadas, o que forçava os imigrantes a encarar o temido banho de água fria. O empregador não fornecia roupas de cama e toalhas de banho.



A limpeza dos dormitórios, das instalações sanitárias e demais dependências era feita pelos próprios trabalhadores, conforme escala fixada na porta de um dos banheiros. Os alojamentos eram dois dormitórios divididos por guarda-roupas de modo a criar quatro espaços diferentes, que eram divididos entre todos os trabalhadores, inclusive os casais com filhos. Eram três casais, sendo um com dois filhos e os outros com uma filha cada.



Intermediária



Durante a fiscalização, dois funcionários da Dorbyn - Rogério Luís Rodrigues de Freitas, gerente administrativo, e Maria Xavier dos Santos, encarregada de acabamento das peças produzidas - foram até a oficina para verificar como estava a produção dos bolivianos.



De acordo com levantamento da fiscalização, outras 16 oficinas informais produziram peças para a Dorbyn entre janeiro de 2010 e fevereiro de 2011. Apenas a oficina da Zona Norte flagrada com trabalho escravo produziu 49,8 mil peças ao longo do período. Na prática, portanto, foi o ponto de costura que mais forneceu para a Dorbyn durante o intervalo pesquisado.



O boliviano que se apresentou como dono da oficina vistoriada disse ter conhecido a Dorbyn, no mercado desde 1979, por meio de folhetos distribuídos na Praça Kantuta - ponto de encontro de imigrantes bolivianos no centro da metrópole. Ele foi até o bairro do Brás, onde fica a sede da intermediária, e se acertou com o gerente Rogério. Passou, então, a abastecer a empresa em 2009. Segundo depoimentos, a pequena oficina costura com exclusividade para a Dorbyn pelo menos desde outubro de 2010.



À Repórter Brasil, Fábio Khouri, um dos sócios da Dorbyn, declarou que o número de oficinas subcontratadas varia de acordo com a época. O empresário não quis informar quantos funcionários a Dorbyn mantém registrados nem quantas encomendas que recebem se referem diretamente a Pernambucanas. Disse ainda que o fornecimento da oficina fiscalizada não era contínuo e que o mesmo dependia da disponibilidade do oficinista.

"Assim que ele [dono da oficina] regularizar a situação, abrir firma e registrar os funcionários, a Dorbyn continuará a ´mandar´ serviço, dependendo da necessidade", completou. Segundo Fábio, a Dorbyn "de forma alguma" conhecia a situação dos trabalhadores. "Havia alguma semanas que não íamos lá", colocou, sem antes reiterar que costuma auditar os parceiros que contrata para verificar em que condições as peças estão sendo produzidas.



Responsabilização



Na avaliação dos integrantes da SRTE/SP, a responsabilidade trabalhista é da Pernambucanas. Foram lavrados 41 autos contra a empresa - cada auto se refere a uma irregularidade constatada.



Segundo Luís Alexandre Faria, que coordenou a operação, a Pernambucanas não pode alegar que apenas vende - e não produz - peças de vestuário."Os atos diretivos e empresariais são da Pernambucanas. É a empresa que determina a tendência, faz o controle de qualidade de cada peça, estipula o preço e o prazo que as peças devem ser entregues", acrescentou. Por causa desse papel determinante na produção, foi possível identificar a subordinação reticular dos outros envolvidos frente a Pernambucanas.



A produção pulverizada das peças dos grandes magazines propicia agilidade na entrega e transfere os custos empresariais e trabalhistas para a ponta da cadeia produtiva. "Há uma demanda de consumo muito grande que deu espaço ao chamado fast fashion", complementou Luís. O que ocorre é uma espécie de concorrência ao revés - se uma determinada oficina não aceita produzir peças a um determinado valor, outra certamente aceitará.



Após a inspeção na referida oficina de costura, a equipe da SRTE/SP também realizou auditoria contábil e in loco na sede da empresa Arthur Lundgren Tecidos S.A - Casas Pernambucanas. A partir desse trabalho, foi mapeada a cadeia produtiva das peças comercializadas pela rede - desde fornecedoras diretas , passando por confecções e chegando até as oficinas de costura quarteirizadas, inclusive com a discriminação de onde se localizam.



O resultado da primeira etapa de investigações demonstra, segundo a auditoria, que o processo de produção (costura) das roupas das Pernambucanas ocorre com total precarização das condições contratuais dos trabalhadores e dos ambientes de trabalho, resultando no desrespeito aos mais básicos e elementares direitos dos trabalhadores.



O flagrante na oficina da vez não deve ser entendido como caso isolado, como advertem os membros da SRTE/SP. Na visão apresentada por eles, as empresas interpostas, chamadas pela Pernambucanas de fornecedoras, funcionam, na realidade, como verdadeiras células de produção da empresa, todas interligadas em rede por contratos simulando prestação de serviço, mas que, na realidade, encobertam "nítida relação de emprego entre todos os obreiros das empresas interpostas e a empresa autuada".



Em reunião com os auditores, Eduardo Tosta de Sá Humberg, gerente da Pernambucanas, afirmou não reconhecer a responsabilidade da empresa pelos trabalhadores encontrados em situação degradante, "tendo em vista que a empresa tão-somente faria a compra de peças de vestuário de seus fornecedores". Antes de selecionar um fornecedor, a empresa alega que faz uma criteriosa análise da capacidade produtiva.



Entretanto, nenhum costureiro aparece admitido no livro de registros da Dorbyn, apreendido para averiguação. Há apenas um encarregado, um ajudante geral, um assistente financeiro, um auxiliar de limpeza, um auxiliar de manutenção, dois balconistas e um encarregado de expedição.



"A Dorbyn nada agrega ao processo produtivo das peças comercializadas e encomendadas pela Pernambucanas", conforme o relatório da fiscalização. A empresa não possui nem trabalhadores da área de criação, nem costureiros, já que toda a produção é "quarteirizada" para oficinas de costura. Na avaliação da SRTE/SP, a Dorbyn não possui capacidade produtiva para a produção das peças encomendadas pela Pernambucanas.



Entre abril e junho de 2010, a Dorbyn vendeu 4,9 mil peças para diversos compradores, enquanto que para a Pernambucanas as vendas foram de quase 50 mil peças no total. "Isso mostra a dependência da Dorbyn em relação a Pernambucanas", explicou Luís Alexandre.



De acordo com a auditoria, a intermediária confeccionou 141,5 mil peças de vestuário, de janeiro de 2010 a fevereiro deste ano, que foram vendidas para as lojas Pernambucanas. O "fornecimento" não exigiu a contratação formal de nenhuma costureira ou costureiro em uma atividade econômica que, aliás, é conhecida pela intensiva utilização de mão de obra.



O relatório final problematiza a questão. "Esta forma de superexploração da força de trabalho, negando aos trabalhadores direitos laborais e previdenciários mínimos, dá-se com intuito de maximizar os lucros, atingindo uma redução do preço dos produtos, caracterizando uma vantagem indevida no mercado e levando à concorrência desleal".



Após a fiscalização, os libertados receberam a guia para sacar três parcelas do Seguro Desemprego para o Trabalhador Resgatado e a Carteira de Trabalho e da Previdência Social (CTPS) provisória, válida por 90 dias.



As vítimas receberam entre R$ 1,5 mil e R$ 6 mil de verbas rescisórias. Os valores foram pagos pela Dorbyn, totalizando R$ 44,8 mil. O total calculado pelos contadores da Pernambucanas e auditores da SRTE/SP, porém, era de R$ 173 mil. "A Dorbyn se recusou a pagar saldos de salários e outras remunerações anteriores", explica a auditora Giuliana Cassiano.



O relatório será encaminhado à Secretária de Inspeção do Trabalho (SIT) do MTE para que seja aberto procedimento administrativo que poderá culminar com a inclusão da Pernambucanas na "lista suja" do trabalho escravo.



O magazine, que completou 100 anos em 2008, recebeu todos os autos de infração e uma notificação do MTE na última quinta-feira (31) para adotar imediatamente providências como: sanar todas as irregularidades relatadas nos autos; promover a imediata anotação dos contratos de Trabalho nas CTPS dos trabalhadores - para isso, o MTE deve tornar sem efeito as anotações já realizadas pela Dorbyn; realizar o pagamento de todas as verbas de natureza trabalhista não quitadas com os trabalhadores até o momento - inclusive salários, horas extras, entre outros; garantir alojamento decente em imóveis apropriados, com um trabalhador por quarto e uma família por imóvel; e garantir o retorno daqueles que desejarem voltar à Bolívia.



A Pernambucanas não respondeu às questões enviadas pela reportagem sobre o caso. A empresa se limitou a dizer que enviou nota em que se vale de ata da audiência realizada no último dia 15 de março, acompanhada pela Repórter Brasil, na qual afirmou - por meio de seu advogado - não estar "reconhecendo qualquer responsabilidade pelas ocorrências relatadas e que não mantém relação alguma com a oficina implicada".



O magazine - que possui 16 mil funcionários próprios, alocados em 610 filiais espalhadas pelo país - ressaltou que segue "política de responsabilidade social que inclui o compromisso de todos os fornecedores com o respeito à legislação trabalhista e aos direitos do trabalhador". Informou ainda que uma cláusula no contrato de compra de mercadorias em que determina que o fornecedor "não poderá se envolver com, ou apoiar, a utilização de trabalho infantil, trabalho forçado ou quaisquer outras formas de exploração ilícita de mão de obra ou, ainda, outras atividades que, de maneira direta ou indireta, atinjam os princípios básicos da dignidade humana".



Tráfico



Foram apreendidos ainda sete cadernos com anotações de dívidas dos empregados com o dono da oficina. Há desde marcações referentes à compra de shampoo até o desconto do custo da passagem da Bolívia ao Brasil. Uma das vítimas chegou a receber R$ 238 por um mês inteiro de trabalho. Um dos cadernos também mostra outro tipo de redução no salário em virtude de peças com defeitos devolvidas pela empresa.



Muitos elementos indicam que os trabalhadores foram vítimas de tráfico de pessoas. Para Juliano Lobão, do Comitê Interinstitucional de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, diversos fatores permitem tal apontamento. Entre eles, a recepção e a hospedagem dos trabalhadores pelo dono da oficina. "Isso por si só já caracteriza o crime de tráfico de pessoas, conforme definição do Protocolo de Palermo, ratificada pelo Decreto Nacional nº 5.948, de 26 de Outubro de 2006, que institui a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas".



Além disso, foram encontrados documentos pessoais com descontos de valores ligados à hospedagem, à alimentação e a outros gastos. "Isso reforça ainda mais a exploração a qual os trabalhadores estavam submetidos. Não podemos ainda ignorar as péssimas condições encontradas no local de trabalho,e as condições de higiene igualmente ruins do local como um todo", detalha Juliano, que acompanhou a ação. A SRTE/SP encaminhará os cadernos à Polícia Federal (PF) para apuração dos indícios.



Paralelamente, a Defensoria Pública da União (DPU) está encaminhando pedido de regularização migratória das vítimas com base na Resolução Normativa nº 93, de 21/12/2010, do Conselho Nacional de Imigração (CNIg). A resolução prevê permanência provisória no país, pelo prazo de um ano, de estrangeiros submetidos ao tráfico de pessoas.



"Quem decide sobre o pedido é o Ministério da Justiça. O Comitê Interinstitucional de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Estado de São Paulo, que reúne várias instituições públicas com atuação no caso, também será acionado para os devidos encaminhamentos, a depender das demandas individuais de cada uma das vítimas", relata a defensora Fabiana Galera Severo, que está cuidando do caso.



A equipe de fiscalização foi composta pelo Comitê Interestadual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (ligado à Secretaria Estadual de Justiça de São Paulo), pela Comissão Municipal de Direitos Humanos, MTE, PF e Ministério Público do Trabalho (MPT). Contudo, os dois últimos órgãos abandonaram a ação quando ela ainda estava em curso.



De acordo com a assessoria de imprensa da Superintendência Regional da PF em São Paulo, os três agentes que participaram da ação tinham a função "única e exclusiva" de dar apoio e fazer a proteção policial. Diante do questionamento da reportagem sobre a motivação para o abandono da ação em andamento, o assessor de imprensa do órgão se limitou a dizer que as investigações sobre o caso ainda estão internamente em andamento e a posição será apresentada assim que houver algo mais conclusivo.



O MPT também informou, por meio da assessoria de imprensa, que a investigação e procedimentos administrativos ainda estão em curso e somente após a conclusão é que o órgão se pronunciaria.



**Nomes fictícios para que a identidade dos trabalhadores seja protegida.